Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada nesta quarta-feira (17/9) mostra uma mudança significativa na opinião pública em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O levantamento, que começou a ser feito logo após o fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, revela que 52% dos entrevistados se opõem ao impeachment do ministro, um aumento em relação a 43% registrados em agosto.
Contexto do julgamento de Jair Bolsonaro
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 14 de setembro, logo após a Primeira Turma do STF condenar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes. A condenação ocorreu no contexto de uma trama para impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa reviravolta no cenário político brasileiro está claramente influenciando a percepção pública sobre Moraes.
Em agosto, 46% dos entrevistados eram a favor do impeachment de Moraes, mas esse número caiu para 36% em setembro.
Percepção sobre imparcialidade judicial
A pesquisa também abordou a percepção da população quanto à imparcialidade do processo que resultou na condenação de Bolsonaro. O índice de pessoas que acreditam que o ex-presidente sofre perseguição política diminuiu, passando de 52% em agosto para 47% atualmente. Ao mesmo tempo, o percentual de aqueles que consideram a condução do processo como imparcial subiu de 36% para 42%.
Essas mudanças na percepção pública podem refletir um novo entendimento sobre a resposta do sistema judicial a ações antidemocráticas no Brasil. Os dados demonstram um aumento na confiança nas instituições, especialmente após um julgamento tão significativo.
Punições e medidas cautelares
Outro ponto abordado na pesquisa diz respeito à avaliação das penas e medidas cautelares aplicadas a Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, um tempo que 49% dos entrevistados consideram excessivo. Entretanto, 35% avaliam a pena como adequada, e 12% a consideram insuficiente.
Além disso, a prisão domiciliar imposta a Bolsonaro, que descumpriu medidas cautelares, é vista como adequada por 51% dos entrevistados. Por outro lado, 28% acreditam que a restrição de liberdade é exagerada.
A situação atual do ex-presidente
Desde 4 de agosto, Bolsonaro está em prisão domiciliar, determinada por Moraes devido a descumprimentos de medidas cautelares. A investigação envolve a coação de autoridades para interferir no andamento jurídico que culminou com sua condenação.
Recentemente, Bolsonaro foi internado no hospital DF Star, em Brasília, após sofrer um mal-estar que incluiu queda de pressão e dores intensas. Médicos o mantêm em observação, com um acompanhamento rigoroso, enquanto a equipe médica de São Paulo, que cuida dele há anos, foi chamada para realizar novos exames.
Impactos políticos e sociais
Os resultados da pesquisa refletem uma possível mudança na dinâmica política e social no Brasil. O aumento na rejeição ao impeachment de Moraes pode sinalizar uma nova fase de aceitação em relação ao papel do STF na defesa da democracia, especialmente em tempos em que as instituições estão sob pressão.
Com um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 2 pontos percentuais, a pesquisa revela um cenário complexo, onde a população brasileira, mesmo diante de um passado recente tumultuado, parece disposta a acreditar na justiça e na imparcialidade do sistema legal.
Conclusão
A pesquisa Genial/Quaest não apenas fornece dados sobre a opinião pública em relação a Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro, mas também retrata um momento crucial da política brasileira. À medida que a sociedade observa esses desenvolvimentos, é imperativo que as instituições continuem a operar de maneira transparente e justa, mantendo a confiança da população no processo democrático.