Brasil, 17 de setembro de 2025
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Prisão de traficante Leandro de Jesus marca maior operação contra tráfico de animais silvestres no Brasil

A Operação São Francisco resultou na prisão de 47 suspeitos e no resgate de mais de 800 animais silvestres no Rio de Janeiro.

No dia 16 de setembro de 2025, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou a Operação São Francisco, considerada a maior ação até hoje contra o tráfico de animais silvestres no Brasil. A operação resultou na prisão de 47 pessoas e no resgate de mais de 800 animais, colocando em evidência a atuação ilegal de Leandro de Jesus, conhecido como Sheik, apontado como o líder desta organização criminosa.

Leandro de Jesus: o Sheik do tráfico de animais

Leandro de Jesus, o Sheik, é identificado pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) como o maior vendedor de animais silvestres no estado do Rio de Janeiro. Sua quarentena de crimes se intensificou desde que foi preso em novembro de 2024. As investigações revelaram um complexo esquema de tráfico que envolve caçadores, atravessadores, falsificadores e um núcleo de armas.

A cadeia criminosa operava em diversas feiras, como a Feira de Caxias, na Baixada Fluminense. Nela, eram realizadas transações clandestinas de aves, ouriços e répteis, tudo sem qualquer fiscalização. O inquérito também aponta o envolvimento do tráfico de drogas com a proteção do comércio ilegal de animais, evidenciado pela movimentação financeira de Sheik com fornecedores e receptadores por meio de transferências via PIX.

Operação São Francisco: um marco no combate ao tráfico de animais

A Operação São Francisco foi planejada meticulosamente, culminando em 275 mandados de busca e apreensão em várias regiões do Rio de Janeiro e também nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Milhares de agentes de segurança participaram da ação, que teve o objetivo de desmantelar essa sofisticada rede criminosa.

Durante a operação, as autoridades apreenderam armamentos pesados, como uma granada e um fuzil, além de munições e até um cinto-bomba. Essa apreensão destaca a escalabilidade do crime e a grande ameaça que esse grupo representa à sociedade. Um dos alvos, o ex-deputado estadual Thiego Raimundo, também foi associado ao esquema, acusado de adquirir animais silvestres ilegalmente.

Conexão entre tráfico de animais e tráfico de drogas

Os investigadores notaram uma relação intrínseca entre o tráfico de animais silvestres e o tráfico de drogas. A presença de um núcleo de armas dentro da organização criminosa mostrou que os traficantes de animais possuíam acesso a armamentos utilizados não apenas para proteger suas atividades ilícitas, mas também para garantir suas operações no submundo do crime, como indicado pelo delegado André Prates.

Estrutura da organização criminosa

A investigação revelou que a organização operava através de uma estrutura hierárquica bem definida. Confira abaixo os principais segmentos identificados:

  • Caçadores (mateiros): responsáveis pela captura em larga escala e muitas vezes atuando em áreas de preservação.
  • Atravessadores: transportavam os animais para os centros urbanos, onde eram vendidos ilegalmente.
  • Falsificadores: emitiam documentos falsos para justificar a origem dos animais, enganando a fiscalização.
  • Núcleo de armas: fornecia armamento para a proteção do grupo e das atividades criminosas.
  • Consumidores finais: uma diversidade de compradores que perpetuavam o mercado clandestino.

Consequências e impactos sociais

A repercussão da Operação São Francisco está apenas começando a ser sentida, pois a destruição de uma rede criminosa tão extensa requer a colaboração contínua das autoridades. O resgate de mais de 800 animais é um feito impressionante, mas ainda assim, coloca em evidência a necessidade de um combate mais efetivo ao tráfico de animais silvestres no Brasil.

O envolvimento de figuras públicas, como o ex-deputado e a utilização de armamentos pesados, elevam a gravidade do problema. Não apenas a fauna é afetada, mas a segurança pública também. A interseção entre o tráfico de drogas e o tráfico de animais silvestres mostra que o problema é enraizado e complexo, necessitando de um esforço conjunto de diversas esferas do governo e da sociedade.

A luta contra o tráfico de animais silvestres no Brasil é uma tarefa difícil e exige um comprometimento coletivo e estratégico. A Parkia, que assiste animais vítimas da exploração, e outras ONGs, são cruciais nesse processo de resgate e reabilitação. Com a Operação São Francisco, um novo capítulo se inicia na luta pela legalidade e preservação da fauna brasileira.

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