O Banco Central do Brasil mantém a projeção de queda na taxa de juros, com o mercado financeiro pressionando pela redução da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Analistas destacam que a dinâmica mais fraca da economia e diversos fatores de risco podem acelerar esse processo.
Riscos de inflação e fatores internos
Na última ata do Copom, o balanço de riscos permanecia equilibrado, com ameaças altistas como expectativas de inflação acima da meta por mais tempo, inflação de serviços resistente e câmbio depreciado. No entanto, riscos baixistas, como desaceleração econômica global e menores preços de commodities, passaram a predominar.
Segundo o economista Haddad, o Brasil pode terminar o mandato com a menor inflação desde o Plano Real, refletindo um cenário de menor pressão inflacionária, mesmo com expectativas ainda acima da meta de 3%. Além disso, a confiança dos agentes econômicos vem recuando devido às turbulências internas e externas, o que pode afetar consumo e investimentos.
Contexto internacional e impacto no cenário local
A política de juros dos EUA, com previsão de cortes pelo Federal Reserve, pode favorecer uma maior queda do dólar, que já está em patamar mais baixo, reforçando a possibilidade de menor pressão inflacionária no Brasil. A deflação no nível de produtor na China também atua como elemento de contenção de riscos inflacionários globais.
Por outro lado, a desaceleração rápida da economia global e menor crescimento mundial aumentam os riscos de uma desaceleração local mais acentuada, o que pode reforçar a tendência de juros menores. Economistas também destacam o impacto do recuo na confiança dos agentes econômicos e as turbulências internas na tomada de decisão do Banco Central.
Incertezas e comunicação do Banco Central
Frente a um cenário de múltiplos riscos e incertezas, o Banco Central reforça a importância de comunicar suas decisões com cautela, mantendo a credibilidade. A expectativa de corte na Selic, que pode ocorrer já em fevereiro de 2026, ainda está sob análise, respeitando o limite do intervalo de um ano e meio para o efeito completo da política de juros sobre a inflação.
Especialistas alertam que o cenário exige uma abordagem flexível por parte do BC, que deve equilibrar sinais de continuidade com a necessidade de reagir a mudanças rápidas no ambiente econômico global e interno. Assim, a trajetória de redução dos juros depende de fatores que podem evoluir de forma diverso nas próximas semanas.
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