O Banco Central do Brasil deve manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começou ontem e será encerrada nesta quarta-feira, com anúncio após o fechamento do mercado. A decisão reflete a expectativa do mercado diante do atual cenário econômico.
Expectativa de estabilidade na Selic em meio a cenário de incerteza
Os analistas de mercado indicam que o BC repetirá a manutenção da taxa de juros no atual nível, que é o mais elevado desde 2006, após o aumento de 4,5 pontos percentuais ao longo de nove meses. Essa postura cautelosa ocorre em um ambiente de alta incerteza tanto interna quanto externa, e de desaceleração gradual da atividade econômica.
Por que o BC mantém os juros em 15%
Segundo especialistas, a manutenção da Selic visa avaliar os impactos das altas anteriores e verificar se o nível atual de juros é suficiente para alcançar a meta de inflação de 3%. As expectativas de inflação continuam distantes da meta, e o BC acompanha de perto o mercado de trabalho e os preços dos serviços.
Perspectivas futuras e fatores que influenciam a decisão
O economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, afirma que o BC deve continuar sinalizando estabilidade nos juros até o fim de 2025, com possível início de cortes em março de 2026, caso as condições externas e internas apresentem sinais favoráveis. A expectativa de início de redução da taxa Selic é justificada pelo alívio nas expectativas de inflação e pelo cenário internacional, que aponta uma desaceleração do FED.
Cenário externo e impacto na política monetária
A perspectiva de um possível corte de juros pelo banco central americano, o Federal Reserve, cria um ambiente favorável para o Brasil. O comitê mantém cautela diante da forte valorização do câmbio e dos dados de crédito, além da lenta desaceleração da economia doméstica.
Inflação e mercado de trabalho
Apesar da inflação oficial, o IPCA de agosto apresentou queda de 0,11%, com preços de serviços pressionados. As projeções indicam que a inflação deverá ficar em torno de 3,4% ao final do horizonte relevante, acima da meta de 3,0%. Essa relação sugere que a autoridade monetária continuará adotando uma postura de cautela para garantir a convergência da inflação.
Reação do mercado e expectativas
O mercado financeiro espera que o BC mantenha a Selic inalterada, mas há possibilidades de flexibilização no primeiro trimestre de 2026, principalmente diante do cenário internacional favorável. Economistas também avaliam que o BC pode simplificar sua comunicação, tornando mais claro o foco na estabilidade de juros.
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