Brasil, 17 de setembro de 2025
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Fed deve cortar juros nos EUA, primeira redução em 2025

Decisão do Federal Reserve pode impactar o dólar, mercados globais e a economia americana neste início de semana

Os olhos do mercado financeiro mundial estão voltados para a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que pode anunciar o primeiro corte na taxa básica de juros em 2025 nesta segunda-feira (17). A expectativa é que a autoridade monetária diminua a taxa, sinalizando uma mudança significativa na política econômica do país, após seis encontros sem alteração.

Expectativa de corte e seu impacto na economia americana

Segundo analistas, o Fed deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, reforçando uma tendência de desaceleração econômica para evitar riscos maiores de deterioração do mercado de trabalho. Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou, no final de agosto, possíveis cortes futuros, destacando a preocupação com o desaquecimento do emprego nos EUA e a inflação controlada.

Contexto político e pressão de Trump

O possível corte acontece em um momento de conflito político, com o presidente Donald Trump pressionando por taxas mais baixas, visando impulsionar a atividade econômica e fortalecer a moeda do país, o dólar. Apesar da pressão, analistas acreditam que o Fed manterá sua autonomia, pautado por dados econômicos e análises técnicas.

Decisões e sinais do Fed

O próprio Powell, durante o simpósio de Jackson Hole, em agosto, indicou que o banco pode realizar cortes adicionais, dependendo da evolução do mercado de trabalho. O mercado financeiro já precificava uma redução de juros em 96% dos contratos de juros negociados, refletindo a expectativa de uma decisão favorável aos investidores.

Fatores econômicos e a política de longo prazo

Em comparação com o Brasil, onde o foco do Banco Central é controlar a inflação, nos EUA a missão do Fed envolve também perseguir o pleno emprego. Como explica a economista Andressa Durão, da financeira Asa, o órgão precisa equilibrar o risco de uma inflação acima da meta com o de um desemprego elevado, buscando uma taxa de equilíbrio de longo prazo.

Impactos globais e mercado internacional

Ao reduzir as taxas, o Fed pode desvalorizar o dólar, impactando moedas e fluxos de capital internacionais. Uma taxa de juros menor atrai investidores para aplicações mais arriscadas no mercado americano, movimentando o câmbio e influenciando bolsas ao redor do mundo, como o Ibovespa, que tem registrado sucessivos recordes.

Além disso, a menor taxa de juros nos EUA pode favorecer operações de carry trade e estimular fluxos de recursos para economias emergentes com juros elevados, como o Brasil, cujo juro básico está em 15% ao ano. Como resultado, houve uma recente desvalorização do real, chegando a cotação próxima aos R$ 5,30 no mercado doméstico.

Decisões do Fed e o cenário político

O mercado acompanha ainda a disputa interna no Federal Reserve, com votos diferentes em relação à direção da política monetária. Indicações de nomes alinhados ao desejo de Trump por juros menores, como Stephen Miran, podem reforçar a tendência de cortes na taxa, embora a maioria do comitê mantenha a postura de independência.

Enquanto isso, o ambiente político nos Estados Unidos registra tensões, incluindo tentativas do governo Trump de demitir a diretora Lisa Cook, acusada de fraude hipotecária antes de assumir o cargo. A Justiça americana recentemente impediu a demissão, garantindo seu voto na reunião de hoje.

Perspectivas futuras e próximos passos

A equipe liderada por Jerome Powell deve usar a coletiva de imprensa após a decisão para sinalizar novos cortes, caso os riscos de deterioração do mercado de trabalho se concretizem. Especialistas do mercado, como Andrew Hollenhorts, do Citi, afirmam que a desaceleração do emprego pode justificar uma série de reduções na taxa de juros nos próximos meses.

O cenário sugere uma attentiva atenção global às ações do Fed, que além de balizar a política monetária dos EUA, influencia toda a dinâmica econômica internacional, especialmente em países emergentes e no mercado de câmbio.

Fonte: O Globo

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