No mês de setembro, o setor de hortifruti enfrenta um desafio significativo com o aumento acentuado dos preços de frutas, verduras e legumes. Um levantamento recente realizado pelo Ceasa Campinas informa que, entre os dias 8 e 15 de setembro, houve uma alta média de 5,1% nos preços desses produtos, com o maracujá azedo registrando um salto impressionante de 30%. As causas principais para esse aumento são as condições climáticas adversas, que incluem estiagem e altas temperaturas, que interferem diretamente na produção agrícola e na oferta no mercado.
Impactos do clima na produção agrícola
O clima desempenha um papel crucial na produção de alimentos, conforme explica Sebastião Guerra, técnico-especialista do Ceasa Campinas. “O clima é um fator preponderante na produção de alimentos, juntamente com o solo e a água. Ele pode prejudicar a qualidade de alguns tubérculos quando esquenta e pode afetar a maturação de alguns produtos, atrasando a colheita”, ressalta Guerra. Esse cenário vem gerando preocupações sobre a disponibilidade e a qualidade dos produtos agrícolas.
Principais altas nos preços de legumes
Segundo o monitoramento do Ceasa, os legumes mais afetados pelas altas temperaturas incluem a vagem macarrão e o chuchu, ambos apresentando um aumento de 27,3% no preço. A vagem macarrão passou a custar R$ 10,77 por quilo, enquanto o chuchu foi comercializado a R$ 3,50 por quilo. “O chuchu está tendo muitos prejuízos na formação de frutos devido ao calor e ao clima seco. A oferta da vagem também diminuiu bastante”, explica Paulo Palma, técnico de Mercado e Agricultura do Ceasa Campinas.
Outros legumes que tiveram seus preços elevados incluem:
- Tomate Débora: +21,4% (R$ 4,25/kg)
- Abobrinha brasileira: +8,0% (R$ 4,44/kg)
Desafios enfrentados pelos comerciantes
Os comerciantes da região relatam impactos significativos em seus negócios. Nivado Kinjo, um comerciante local, observa: “O chuchu é outro item que depende basicamente de água. E com essas secas que a gente vem sentindo, o preço subiu bastante, mas é compreensível devido à falta de água”.
Cláudia Oya, que lida com frutas e legumes, também expressou seus desafios: “É muito quente, perdemos os legumes rapidamente. Eles murcham com facilidade, então precisamos ter muito cuidado para mantê-los em boas condições”. Esses relatos mostram como as condições climáticas não apenas afetam a produção, mas também impactam a atividade comercial direta.
Altas nos preços das frutas também são notadas
A pesquisa do Ceasa ainda indica que as frutas nacionais apresentaram um aumento médio de 3,2%, impulsionado principalmente pelo maracujá azedo, que subiu 30%, alcançando R$ 11,82 por quilo. A baixa oferta deste produto foi um fator crucial para essa elevação.
Vamos conferir as principais altas nos preços das frutas:
- Maracujá azedo: +30% (R$ 11,82/kg)
- Laranja pera: +16,7% (R$ 3,50/kg)
- Uva niagara: +9,1% (R$ 12,00/kg)
- Limão taiti: +8,3% (R$ 6,50/kg)
- Banana nanica: +6,7% (R$ 4,00/kg)
Palma também alerta para o limão taiti, que está em entressafra, aumentando seu preço semana a semana. A banana nanica, com a demanda crescente devido às temperaturas altas, também viu seu preço subir.
Contrapartida no mercado: queda do morango
Por outro lado, alguns produtos experimentaram quedas de preços. O morango, por exemplo, teve uma redução de 10%, agora custando R$ 15,00 por quilo, devido à maior oferta do produto no mercado.
O cenário atual mostra um mercado de hortifruti bastante tumultuado, onde a natureza desempenha um papel crucial no equilíbrio entre oferta e demanda. As perspectivas para os próximos meses ainda são incertas, mas o aumento nos preços pode impactar diretamente o consumidor final, cuja adaptação a essas variações será um desafio a ser enfrentado.
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