A Unimed-Rio iniciou nesta terça-feira a regularização de parte dos pagamentos em atraso aos médicos cooperados, após meses de problemas financeiros e queixas de usuários. A cooperativa, que transferiu a carteira de clientes para a Unimed Ferj no ano passado, vem enfrentando dificuldades para quitar valores referentes a consultas e procedimentos realizados desde abril, causando impacto na rede credenciada e na rotina de atendimento.
Pagamentos parciais e conflitos na rede médica
Segundo informações da operadora, um acordo firmado com a Unimed Ferj previa o pagamento de valores referentes a junho, atrasados desde junho e agosto, respectivamente. No entanto, a quantia transferida foi inferior ao esperado, resultando em descontos de até 10% aos médicos que receberam seus honorários. Os valores de atendimentos realizados em abril e maio ainda estão sendo discutidos judicialmente, sem previsão de pagamento.
Especialistas indicam que a situação pode piorar se não houver uma mudança definitiva na gestão financeira da cooperativa, que enfrenta dificuldades de transparência e possíveis dívidas na casa de milhares de reais. A pressão dos profissionais por uma resposta mais clara e rápida tem crescido, e uma reunião de cooperados está sendo planejada.
Impacto na saúde dos usuários e medidas adotadas
Usuários da Unimed-Rio relatam dificuldades extremas para obter atendimento. Ora a falta de médicos, ora o pagamento de consultas particulares por valores elevados, como o caso de Gloria Maria Pereira Borba, de 77 anos, que precisaria de uma consulta de mastologia que custa R$ 500 devido à recusa de profissionais por atrasos no pagamento.
Ela afirma que, apesar de pagar quase R$ 4 mil de mensalidade, atualmente enfrenta dificuldades de acesso ao atendimento. “Vou precisar pagar R$ 150 em uma consulta de cardiologia, mas o mais frustrante é não saber até quando essa situação vai durar”, lamenta.
Reações e próximas ações
Representantes dos médicos cooperados entregaram à Unimed-Rio documento com 807 assinaturas solicitando uma assembleia geral extraordinária e uma perícia nas contas da operadora. A cooperativa, por sua vez, negou o pedido, alegando necessidade de maior respaldo de assinaturas conforme seu estatuto.
Uma proposta apresentada pela Unimed Ferj visa transformar os médicos cooperados em prestadores de serviço temporários para retomar atendimentos e pagamentos, estratégia que ainda está sendo avaliada pelos profissionais.
Repercussões para os usuários e o cenário atual
Enquanto a disputa continua, os usuários continuam sofrendo as consequências, como a necessidade de custear consultas particulares. Um exemplo são as irmãs Gloria e Ana Lucia Pereira Borba, que afirmam que, por causa dos atrasos, tiveram que pagar por atendimentos essenciais.
O caso da Unimed-Rio e da Ferj evidencia os desafios de uma gestão financeira transparente, essenciais para garantir a saúde financeira da cooperativa e o direito dos pacientes de terem acesso contínuo aos serviços. A matéria será atualizada com novos desdobramentos e respostas oficiais das operadoras.
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