Brasil, 16 de setembro de 2025
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Taxas de depressão nos EUA permanecem alarmantemente altas

A depressão continua a crescer nos Estados Unidos, com taxas que ultrapassam 18% nos últimos dois anos, revelam dados.

A depressão é um problema persistente nos Estados Unidos e as taxas continuam a alarmar especialistas em saúde mental. Segundo a empresa de pesquisa Gallup, a porcentagem de adultos norte-americanos que sofrem ou recebem tratamento para a depressão tem permanecido acima de 18% nos últimos dois anos. Um estudo realizado há uma década, em 2015, indicava que esse número era pouco mais de 10%. “O aumento é preocupante e é importante manter a mente aberta e explorar todas as possíveis causas para a rápida e aparentemente sustentada alta nas taxas de depressão na última década”, afirmou o Dr. Gerard Sanacora, professor de psiquiatria da Universidade de Yale e diretor do Programa de Pesquisa da Depressão de Yale.

Por que isso é relevante

A depressão é uma condição comum de saúde mental que pode afetar como uma pessoa pensa, dorme, se alimenta e age. Ela muitas vezes causa um sentimento persistente de tristeza e perda de interesse em atividades previamente apreciadas, diferenciando-se da simples tristeza ou luto. A condição afeta milhões de americanos, e dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que até 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com desordens mentais, como depressão e ansiedade.

Existem diferentes tipos e gravidades de depressão, e em casos mais severos, a condição pode levar ao automutilamento ou ao suicídio, com dezenas de milhares de americanos tirando suas próprias vidas a cada ano. Isso destaca a importância crucial do tratamento e do apoio psicológico.

Fatores de risco para a depressão

A depressão pode afetar qualquer pessoa, de crianças a adultos, mas existem fatores de risco conhecidos, conforme explica Sanacora. Esses fatores incluem genética, idade, gênero e declínio da saúde em geral. “Mudanças na saúde em geral, como as relacionadas à COVID longa ou o aumento da obesidade e distúrbios metabólicos, podem estar contribuindo para o aumento”, observou. Contudo, ele ressaltou que o impacto desses fatores “provavelmente não mudou drasticamente na população nos últimos anos.”

Outros fatores de risco importantes relacionados à depressão incluem eventos estressantes, uso de substâncias e isolamento social. O aumento das taxas de depressão nos Estados Unidos se intensificou durante a pandemia de COVID-19, com dados da Gallup indicando que, em 2020, a porcentagem de adultos americanos que relataram ter depressão saltou de 12,5% para 13,8% e chegou a 17,8% em 2023.

O impacto da pandemia de COVID-19

O aumento das taxas de depressão em 2020 foi um ponto de virada, e pode ser mais um indicativo do impacto duradouro da pandemia. Mudanças significativas na forma como a sociedade funciona resultaram em estresse fisiológico e psicológico, além de um marcante isolamento social. “A adoção de modelos híbridos ou totalmente remotos de trabalho fez com que o isolamento social permanecesse um problema para muitos”, explicou o Dr. David Mischoulon, diretor do Programa Clínico e de Pesquisa em Depressão do Hospital Geral de Massachusetts.

Muitos empregos que foram perdidos durante a pandemia ainda não retornaram, e as dificuldades que surgiram nesse período não desapareceram completamente, contribuindo para o aumento da depressão. Além disso, muitas pessoas que tiveram COVID-19 ainda lidam com os efeitos colaterais da doença, um fator que pode contribuir para a depressão.

Por que a depressão é maior entre os jovens

Embora o aumento da depressão entre os jovens já estivesse em andamento antes da pandemia, a COVID-19 acelerou essa tendência. Entre os fatores que contribuem para essa realidade estão o uso de redes sociais e o tempo de tela. As dificuldades de desenvolvimento enfrentadas pelos adolescentes também foram complicadas pela instabilidade econômica e política atual. “Uma geração inteira de jovens entrou em um mundo muito diferente daquele que esperavam ao crescer, e isso apresenta desafios reais”, disse Mischoulon.

A solidão, que se intensificou durante a pandemia, também tem um papel crucial. Estudos mostram que a solidão é fortemente associada à depressão. Enquanto em 2020 e 2021, 25% dos adultos norte-americanos relataram se sentir solitários por longos períodos, essa porcentagem caiu para baixos de 17% em 2022 e 2023, mas voltou a subir para 21% em 2025.

Fatores adicionais que influenciam a depressão

Além da pressão financeira, especialmente entre jovens e indivíduos de baixa renda, problemas como dívida estudantil, insegurança alimentar e solidão se agravaram desde o início da pandemia. A insegurança financeira e a instabilidade habitacional têm contribuído seriamente para o aumento da depressão.

Segundo Sanacora, “o aumento da conscientização a respeito de questões de saúde mental resultou em mais pessoas buscando ajuda e um aumento nas taxas de diagnósticos”. No entanto, é importante ressaltar que isso pode refletir um aumento na identificação da condição, e não necessariamente uma elevação genuína em suas incidências.

Por fim, enquanto o aumento das taxas de depressão nos EUA pode ser influenciado pela atenção crescente às questões de saúde mental, “parece também haver um aumento verdadeiro no número de pessoas que experimentam os sintomas de depressão”, concluiu Sanacora.

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