O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou que manterá a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano na reunião que ocorreu nesta quarta-feira (17). A decisão foi tomada após dois dias de debates sobre o cenário econômico brasileiro e internacional, considerando o ambiente externo e a inflação persistente acima da meta.
Decisão do Copom e próximas reuniões
A reunião do Copom, que começou na terça-feira (15), acontecerá ao longo de dois dias e é uma das quatro que o grupo realiza neste ano, com as próximas agendas marcadas para 4 e 5 de novembro e 9 e 10 de dezembro. A expectativa de especialistas é que a Selic permaneça estável até o final do ciclo de reuniões de 2023, dado o cenário de inflação elevada e incertezas externas.
Avaliação do cenário interno e externo
Na última reunião, realizada nos dias 29 e 30 de julho, o Copom optou por interromper o ciclo de alta dos juros, justificando a decisão pelo aumento das tensões comerciais e fiscais nos Estados Unidos, além da inflação que ainda opera acima da meta oficial. O grupo avalia constantemente a evolução das economias brasileira e mundial, condições de liquidez e o comportamento dos mercados financeiros.
Segundo o Banco Central, as decisões tomadas pela equipe consideram a trajetória da inflação medida pelo IPCA, o quadro fiscal, a atividade econômica e as oscilações no cenário externo, sempre visando manter a inflação próxima à meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As atas das reuniões são divulgadas até quatro dias úteis após os encontros, detalhando as análises e votações dos membros do Comitê.
Expectativa de corte nos Estados Unidos
Além do cenário brasileiro, nesta quarta-feira (17), o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, deve anunciar o primeiro corte de juros de 2025. A previsão é de uma redução de 0,25 ponto percentual, levando a taxa básica americana para uma faixa entre 4% e 4,25%. Desde o pico de 5,25% a 5,50%, atingido em meados de 2023, o Fed realiza ciclos de cortes que têm beneficiado os mercados globais.
O Fed iniciou esse ciclo de redução após elevar os juros aos níveis mais altos em duas décadas, em resposta às pressões inflacionárias nos EUA. A decisão do banco central dos Estados Unidos influencia diretamente a política monetária de países emergentes, incluindo o Brasil, que acompanha de perto os movimentos de juros internacionais para ajustar suas próprias estratégias macroeconômicas.
Especialistas avaliam que o cenário externo, com maior desaceleração na economia global, pode facilitar a manutenção da estabilidade da Selic no Brasil, pelo menos até o início de 2024, quando novas avaliações serão feitas pelo Copom.