Brasil, 16 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Irregularidade na participação de hacker em sessão da Câmara

Ministro do STF identifica falha na autorização da presença de Delgatti em comissão da Câmara dos Deputados.

Na última sessão da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, realizada no dia 10 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou uma grave irregularidade envolvendo Walter Delgatti Neto, o conhecido “hacker de Araraquara”. Delgatti, que cumpre pena de 8 anos e 3 meses na Penitenciária II de Tremembé, participou da audiência como testemunha através de videoconferência, mas sem a devida autorização judicial prévia, como evidenciado pelo despacho de Moraes.

A participação não autorizada de Delgatti

Walter Delgatti foi condenado por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Sua participação na sessão da CCJC foi questionada por Moraes, que enfatizou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP/SP) não tem competência para permitir que pessoas presas participem de procedimentos parlamentares ou judiciais sem a deliberação do juízo responsável pela execução penal. Esta questão levanta preocupações sobre a legalidade de tais procedimentos e as implicações para o sistema judicial brasileiro.

Decisões do STF e suas implicações

De acordo com o despacho de Moraes, ficou claro que qualquer solicitação relacionada à participação de Delgatti em futuras audiências, seja como testemunha ou investigado, deverá ser submetida previamente ao STF. Essa decisão ressalta a necessidade de controle rigoroso e regulamentações mais firmes sobre a presença de apenados em eventos oficiais, especialmente quando envolvem questões parlamentares sensíveis.

Além disso, o ministro ordenou que tanto a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo quanto o Departamento de Execuções Criminais da 6ª Região Judiciária sejam comunicados formalmente sobre a obrigação de obter autorização judicial para a participação do apenado em futuras audiências. A Procuradoria-Geral da República também foi notificada, e os advogados de Delgatti intimados sobre a situação da participação irregular.

Contexto da audiência da CCJC

Durante a audiência da CCJC, Delgatti foi ouvido pelos deputados que analisam a possibilidade de cassação da deputada Carla Zambelli, que, assim como Delgatti, tem enfrentado problemas legais em decorrência de suas ações anteriores. A parlamenta foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão por sua envolvência na invasão do sistema do CNJ, o que acentuou a urgência em se debater a questão de seu mandato dentro do Congresso Nacional.

A presença de Delgatti como testemunha nesta audiência se apresentou como um ponto de controvérsia, destacando as tensões entre as instituições e o sistema penitenciário brasileiro. Este caso evidencia a complexidade do relacionamento entre o sistema judicial e a política, bem como a vulnerabilidade às quais as estruturas de controle estão expostas quando não seguidas as devidas normas legais.

Consequências e reflexões sobre a legislação

Com o aumento das preocupações sobre a segurança cibernética e a integridade das instituições brasileiras, o caso de Walter Delgatti se torna um marco que pode influenciar a maneira como o futuro da legislação se desenrola, principalmente em relação à supervisão da participação de réus em processos que envolvam questões parlamentares. As implicações desse caso vão além da análise individual, refletindo uma necessidade de revisão sobre as permissões concedidas a apenados e a importância de respeitar os trâmites legais estabelecidos pelo sistema judiciário.

Enquanto isso, a sociedade aguarda por respostas não apenas sobre o futuro de Zambelli no cargo, mas também sobre como o sistema judicial irá proceder para garantir que casos como o de Delgatti não se repitam, mantendo a integridade e a confiança nas instituições democráticas brasileiras.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes