Brasil, 16 de setembro de 2025
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Respostas dos EUA à condenação de Bolsonaro marcam viagem de Lula à ONU

O presidente Lula participará da ONU enquanto os EUA planejam medidas contra autoridades brasileiras após a condenação de Bolsonaro.

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para discursar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima terça-feira, o cenário político internacional e as reações do governo dos Estados Unidos frente à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro ganham destaque. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou que novas medidas em retaliação à condenação de Bolsonaro serão reveladas na “próxima semana”, intensificando a tensão diplomática entre Brasil e EUA.

Retaliações americanas após a condenação de Bolsonaro

A condenação de Jair Bolsonaro por tentar promover um golpe de Estado gerou repercussões não apenas no Brasil, mas também fora dele. Marco Rubio, que comanda a diplomacia americana, qualificou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como “juízes ativistas” e fez referências específicas, sem nomeá-lo, a Alexandre de Moraes. Rubio afirmou que um “magistrado tentou impor reivindicações extraterritoriais” que ameaçavam cidadãos americanos. De acordo com ele, essa situação faz parte de uma “campanha de opressão judicial” aberta contra aliados dos Estados Unidos.

A antiga prática da Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky, originalmente criada para sancionar indivíduos ligados a violações de direitos humanos e corrupção, volta à tona como um instrumento de pressão sobre o Judiciário brasileiro. Recentemente, a aplicação dessa lei resultou na inclusão de Moraes na lista de figuras sancionadas pelos EUA, e os produtos brasileiros enfrentaram um aumento tarifário de até 50%. A resposta do governo americano, conforme rumores, poderá incluir novas sanções direcionadas a autoridades brasileiras, potencialmente afetando ainda mais as relações econômicas entre os países.

Rubio indicou que as medidas adicionais que o governo dos EUA está considerando ainda não foram detalhadas, mas prometeu que haverá anúncios futuros. As reações da equipe de Lula a essas ameaças já eram esperadas, e há uma preocupação com sanções específicas que poderiam ser impostas sobre integrantes do STF, dado o histórico de punições recentes.

A posição do governo Lula e o cenário internacional

Embora os desafios na diplomacia brasileira com os EUA sejam evidentes, membros do governo Lula expressaram uma perspectiva um tanto otimista. Eles destacam que a imagem do Brasil, após a condenação de Bolsonaro, foi vista como positiva internacionalmente, ao mostrar que o país não cedeu às pressões tarifárias do governo americano. Lula, em sua participação na reunião do Brics, reafirmou essa postura ao condenar as “chantagens tarifárias” mencionadas nas interações com o governo dos Estados Unidos.

A próxima Assembleia Geral da ONU: prioridade de Lula

A Assembleia Geral da ONU, marcada para a próxima semana em Nova York, é uma prioridade na agenda internacional de Lula. Ao longo de seus mandatos, o presidente sempre esteve presente em assembleias, com a exceção de 2010. Este ano, a participação de Lula será crucial, especialmente para discutir questões prévias à COP30, que ocorrerá no Brasil em novembro.

Desafios e oportunidades para o Brasil na ONU

No dia 24 de setembro, a ONU realizará a Cúpula do Clima, um evento estratégico onde os países apresentarão suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Lula já desempenhou o papel de orador principal em assembleias passadas, e a expectativa é que ele utilize essa plataforma para dialogar sobre as políticas ambientais do Brasil e sua posição nas negociações climáticas.

No contexto diplomático atual, um artigo publicado por Lula no “The New York Times” deixou claro que o Brasil permanece aberto ao diálogo com os EUA, mas que os princípios de democracia e soberania do país são inegociáveis. O presidente destacou a importância do recente julgamento do STF como uma “decisão histórica” que protege as instituições democráticas brasileiras.

À medida que Lula se prepara para sua viagem aos EUA, a atenção do mundo repousa sobre os desdobramentos de sua participação na ONU e as expectativas em relação à resposta da administração americana à condenação de Bolsonaro, que continuam a moldar as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.

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