Brasil, 16 de setembro de 2025
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Extorsão na Favela do Moinho: moradores sob ameaça de facção

Uma mulher denuncia extorsão de até R$ 100 mil por familiares de traficantes na Favela do Moinho, gerando medo e opressão na comunidade.

A Favela do Moinho, localizada no coração de São Paulo, é palco de uma grave situação de extorsão e ameaças perpetradas por familiares de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Um áudio analisado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revela que os criminosos exigem quantias que podem chegar a R$ 100 mil dos moradores para que possam permanecer em suas residências e não serem forçados a deixar a comunidade.

Denúncia alarmante e operação policial

Na semana passada, antes da operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), uma mulher, cuja identidade está sendo preservada, relatou em um áudio a pressão que moradores enfrentam. “Eles [criminosos] estão pedindo pra gente ter que dar… uma certa quantidade de dinheiro, R$ 100 mil, R$ 70 mil”, disse a mulher, em desespero.

Com a operação realizada no dia 8 de setembro, a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil prenderam dez pessoas suspeitas de participação neste esquema criminoso. Dentre os detidos, estão familiares de Leonardo Moja, conhecido como “Léo do Moinho”, que foi preso no ano passado por tráfico de drogas. Alessandra Moja Cunha, irmã de “Léo do Moinho”, foi uma das presas e, segundo o Gaeco, a família de Moja controlava uma vasta quantidade de barracos na comunidade, exercendo forte influência e extorquindo os residentes.

Como funciona a extorsão na Favela do Moinho

O esquema de extorsão é feito em meio a um processo de reassentamento promovido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo. Moradores que recebem a proposta de deixar a Favela do Moinho para receber um crédito subsidiado pelo programa Minha Casa Minha Vida são pressionados a pagar valores altos para agilizar sua saída. Em troca, garantem um auxílio-aluguel, enquanto suas novas casas são construídas.

As investigações indicam que quem não cedia às exigências da facção era ameaçado severamente. “A gente tá sendo ameaçado. Eu já cheguei a ser ameaçada: ‘Ah, eu vou atrás de você’”, relata a denunciante. A situação é ainda mais crítica para mães solo, que sentem o peso das ameaças sem ter um parceiro provedor.

Dificuldades enfrentadas pelos moradores

As ameaças de expulsão são constantes, e a comunidade vive em um clima de tensão. Moradores relatam que aqueles que não pagam os valores exigidos pela facção são alvo de intimidações, podendo ser retirados de suas casas abruptamente. “Se você não fizer conforme a nossa vontade, você vai sair daqui, você vai perder seu cadastro”, revela uma moradora, enfatizando o medo generalizado que tomou conta da favela.

A Favela do Moinho: um domínio do PCC

O MP-SP considera a Favela do Moinho como um “quartel-general” do PCC. A presença da facção criminosa se consolidou na comunidade devido ao abandono e à negligência do estado ao longo dos anos. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que operações contra o tráfico de drogas são realizadas constantemente na região, mas moradores se sentem desprotegidos e abandonados.

O papel da sociedade e as alternativas de ação

A situação alarmante na Favela do Moinho levanta questões sobre a responsabilidade do estado em proteger e garantir condições dignas aos cidadãos. É fundamental que a sociedade civil se mobilize para pressionar por mudanças e o fortalecimento das políticas públicas voltadas para áreas vulneráveis e marginalizadas, como essa. Além disso, é imprescindível que as denúncias de extorsão e ameaças sejam tratadas com seriedade pelas autoridades, para que os moradores possam viver em segurança e dignidade.

A luta contra o domínio do PCC e a proteção dos moradores da Favela do Moinho precisam ser priorizadas, e o apoio da sociedade é crucial nesse processo. Enquanto isso, a comunidade se vê atormentada por medos e incertezas, clamando por justiça e proteção.

Para mais informações sobre essa situação, você pode acompanhar as atualizações no site do g1.

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