Brasil, 16 de setembro de 2025
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UFPR discute agressões sofridas pela professora Melina Fachin

A Universidade Federal do Paraná analisa agressões contra Melina Fachin, alvo de ofensas e hostilidades, em reunião do Coplad.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) se prepara para discutir nesta terça-feira (16/9) as agressões ocorridas com a professora Melina Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O incidente, que aconteceu no último dia 12 de setembro dentro do campus, será analisado durante uma reunião do Conselho de Planejamento e Administração (Coplad).

Em um comunicado recente, a UFPR afirmou que está “analisando a situação” e que levará o tema ao colegiado. No entanto, a universidade ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de abrir um procedimento interno, embora tenha assegurado que o caso será formalmente avaliado.


Quem é Melina Fachin

  • Professora de Direito Constitucional e diretora da Faculdade de Direito da UFPR desde 2021, Melina Fachin formou-se em Direito pela instituição em 2005.
  • Ela possui mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e complementações acadêmicas na França e em Portugal.
  • Além da carreira acadêmica, ela atua como advogada no escritório da família e participa de entidades jurídicas e de direitos humanos, como a OAB e o Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná.
  • Até o momento, Melina não se manifestou publicamente sobre o ocorrido.

Em conversa com o Metrópoles, o advogado e marido de Melina, Marcos Gonçalves, responsável por compartilhar o episódio nas redes sociais, expressou que a professora está “indignada” com o que aconteceu.

“A Professora Melina obviamente ficou indignada com o ocorrido! Entretanto, é uma mulher extremamente firme, que não se curva a qualquer tipo de ameaça, seja de quem for”, declarou o advogado.

Quando questionado sobre um possível afastamento da docente de suas funções na universidade até que a situação se resolva, Marcos foi enfático: “Não há nenhuma razão para Melina deixar de realizar suas atividades docentes ou administrativas.”

O ocorrido

O incidente que levou a UFPR a discutir o ocorrido envolveu Melina Fachin sendo alvo de uma cusparada e xingamentos no campus. Segundo relato do marido, um homem não identificado se aproximou dela e a insultou, chamando-a de “lixo comunista”.

Marcos Gonçalves atribuiu o ataque ao ambiente de hostilidade política atual e afirmou em suas redes sociais que a violência é resultado da “irresponsabilidade e vilania de todos aqueles alinhados ao discurso de ódio propalado pelo radicalismo de extrema direita”.

“Aos bolsonaristas, aos intolerantes e, principalmente, aos covardes: estejam cientes que não haverá clemência! Vocês nunca mediram as consequências de suas palavras e atos. Nós também não mais mediremos. Se algo mais acontecer com a Professora Melina ou alguém da nossa família, vocês não serão apenas os responsáveis, mas receberão o mesmo jugo”, declarou Marcos Gonçalves.

Ele ainda desafiou o responsável pelas hostilidades a se manifestar: “Mostre sua cara e veremos como as coisas se resolvem.”

Reação da OAB e de autoridades

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se pronunciou nesta segunda-feira (15/9) repudiando veementemente o acontecido, que afronta os valores democráticos fundamentais. A entidade ressaltou que o espaço acadêmico deve ser um ambiente de diálogo e construtivo, não um palco de violência ou intolerância.

“A democracia demanda respeito às liberdades e ao pluralismo, especialmente no ambiente acadêmico, que deve ser preservado como espaço de construção do conhecimento”, afirmou a OAB.

O ministro Gilmar Mendes também expressou sua solidariedade à professora, qualificando os ataques à sua integridade como “inaceitáveis”. Ele destacou a necessidade de proteger o pluralismo e o respeito nas universidades.

Além dele, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, caracterizou o ato como “violência política de gênero”, ressaltando que a situação não é um caso isolado, mas parte de uma pauta mais ampla de violência contra mulheres e instituições acadêmicas alimentada por discursos de ódio.

“Nossa solidariedade à Professora Melina Fachin. Isso tem nome: violência política de gênero. E não é um caso isolado. É fruto do ódio disseminado pela extrema-direita contra mulheres, universidades e nossa democracia”, afirmou a ministra.

Hoffmann pediu urgência na responsabilização do agressor e de aqueles que promovem e encorajam esse tipo de violência.


Conforme esta situação se desenrola, a comunidade acadêmica e o público em geral aguardam ansiosamente por um desfecho que preserve os direitos e a dignidade da Professora Melina Fachin e de todos os envolvidos.

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