Brasil, 15 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Mulher denuncia racismo em mercado no Lago Norte

Denúncia de racismo no Lago Norte evidencia problemas de discriminação em estabelecimentos comerciais.

No último dia 5, a bancária Ana Carolina Morais vivenciou uma situação angustiante ao ser abordada por um segurança em um mercado localizado no Lago Norte, no Distrito Federal. A mulher denunciou que foi vítima de racismo durante sua visita ao mercado Big Box, onde, ao tentar comprar comida no horário de almoço, saiu sem nada devido à dificuldade em encontrar o que queria, mas acabou enfrentando uma acusação infundada de furto.

Abordagem no estacionamento e sensação de injustiça

Ao deixar o estabelecimento, Ana foi abordada no estacionamento por um segurança que a acusou de ter levado produtos sem pagar. Ela tentou mostrar sua bolsa para comprovar que não havia nada dentro, mas a pressão da equipe de segurança persiste, o que gerou desconforto e indignação.

“Foi uma abordagem muito pesada. Ele já foi pedindo para ver minha bolsa. Disse que recebeu uma denúncia lá dentro do mercado de que eu tinha levado algo”, relatou Ana, que ficou perplexa com a situação. “Eu já tinha presenciado outros clientes saindo do mercado e nunca vi uma abordagem como essa”, acrescentou. Ana expressou que a experiência a fez sentir a dor do racismo, afirmando que “doeu muito me deparar com uma situação dessas”.

Ação legal e falta de posicionamento do mercado

Após o ocorrido, Ana registrou um boletim de ocorrência na 9ª Delegacia de Polícia Civil do Lago Norte e manifestou sua intenção de processar o mercado. “Quando a gente sofre um crime como esse, a gente fica de mãos atadas. A gente tem medo, a gente se vê diante do medo”, afirmou a bancária. Até o momento, o mercado Big Box não se pronunciou sobre o caso, levantando questões sobre a responsabilização de estabelecimentos comerciais em situações de discriminação.

Cenário do racismo e injúria racial no Distrito Federal

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), foram registrados até julho deste ano 476 casos de injúria racial e 25 de racismo. Em uma atualização da legislação em 2023, a injúria racial passou a ser tipificada na Lei do Racismo (Lei n° 7.716/89), o que torna as penas mais severas, incluindo reclusão de dois a cinco anos, além de multa. O crime é considerado imprescritível e não permite fiança, sinalizando um esforço por parte das autoridades para coibir práticas racistas.

Racismo x injúria racial: entendendo as diferenças

É fundamental compreender as diferenças entre racismo e injúria racial, por se tratarem de conceitos que, embora relacionados, possuem nuances distintas no contexto jurídico e social. Racismo é um sistema de discriminação que se baseia na ideia de superioridade de uma raça sobre outra, enquanto a injúria racial refere-se a ofensas diretas a uma pessoa, geralmente com base em sua cor ou origem étnica.

Esse caso em questão ressalta a importância de uma reflexão mais profunda sobre o racismo estrutural que persiste na sociedade brasileira, especialmente em espaços públicos e comerciais. É necessário que as instituições também façam parte da luta contra a discriminação racial e tomem as devidas providências para garantir que situações como a vivenciada por Ana Carolina não se repitam.

Em um momento onde a discussão sobre igualdade e respeito à diversidade se torna cada vez mais relevante, cada manifestação de racismo deve ser denunciada e combatida. O clamour por justiça de Ana é um exemplo de que a luta contra a discriminação é uma responsabilidade coletiva.

Para se manter informado sobre temas importantes como este, clique aqui e siga o canal do g1 DF no WhatsApp.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes