Um trágico incidente marcou o último sábado (13) na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde Matheus Casemiro dos Santos, de 24 anos, foi brutalmente assassinado a pauladas por um grupo de torcedores. Ele estava a caminho do jogo entre São Cristóvão e Bonsucesso, pela segunda rodada da terceira divisão do Campeonato Carioca, quando foi emboscado nas proximidades do Estádio Nilton Santos, o Engenhão.
Os acontecimentos que levaram à tragédia
De acordo com relatos de familiares, Matheus era torcedor do Olaria, mas naquele dia tinha decidido acompanhar o time Bonsucesso. Durante o trajeto, ele e seu irmão cruzaram com uma torcida organizada do Botafogo. O irmão de Matheus, que também foi agredido, descreveu a cena caótica. “Todo mundo tentou se defender. Ninguém vai apanhar e ficar parado. Eu tentei salvar a vida do meu irmão, mas quase que eu vou junto com ele”, afirmou ele, visivelmente abalado.
O ataque foi brutal. Matheus sofreu traumatismo craniano e, após ser levado ao Hospital Salgado Filho, não resistiu aos ferimentos. O clima de violência não se limitou apenas à agressão a Matheus; logo após o incidente, um dos agressores foi baleado na perna pela polícia e levado para o hospital, onde permanece sob custódia.
Reações e lamentos da torcida
A Torcida Jovem do Olaria se manifestou nas redes sociais lamentando a morte de Matheus. Em uma postagem, a torcida expressou seu pesar e prometeu que “a memória dele será sempre lembrada por seu sorriso, força e dedicação à torcida”. Além disso, eles solicitaram uma investigação rigorosa sobre o caso, refletindo a indignação e a dor que muitos torcedores sentem diante da tragédia.
Outros casos de violência entre torcidas
Infelizmente, a morte de Matheus não é um evento isolado. Apenas alguns dias antes, na quinta-feira (11), Rodrigo José Santana, um torcedor do Vasco de 36 anos, foi assassinado durante uma confusão entre torcedores em Oswaldo Cruz. Ele foi atingido por um tiro durante um churrasco com amigos, também ressaltando o problema da violência entre torcidas organizadas no Brasil.
As mortes de Matheus e Rodrigo estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Infelizmente, a cultura da violência entre torcidas tem sido um tema recorrente nas discussões sobre segurança no futebol brasileiro, levantando questões sobre a responsabilidade de clubes e órgãos de segurança pública na proteção dos torcedores.
A importância de debater a segurança no futebol
É evidente que a morte de torcedores como Matheus e Rodrigo aponta para um problema estrutural que envolve não somente as torcidas, mas a forma como os eventos esportivos são organizados e monitorados. O debate sobre a segurança nos estádios e a necessidade de medidas mais efetivas é cada vez mais urgente. Torcidas, clubes e autoridades precisam se unir para criar um ambiente seguro e saudável para todos os amantes do esporte.
Matheus será sepultado na tarde desta segunda-feira (15) no Cemitério de Irajá, enquanto a comunidade do futebol e a sociedade em geral se questionam sobre o futuro das torcidas e a necessidade de uma nova abordagem para prevenir a violência nos estádios.
Precisamos refletir e agir, pois o futebol, assim como a vida, deve ser uma festa, e não um campo de batalha.
