Nos últimos dias, o clima no condomínio onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar se intensificou devido a um churrasco que se transformou em uma polêmica. Organizado para celebrar a condenação do ex-presidente, o evento gerou debates acalorados entre os vizinhos, que se manifestaram em um grupo de WhatsApp criado para a comunicação do condomínio.
O churrasco e a divisão entre moradores
A festa ocorreu na última sexta-feira e marcou um momento de confraternização em que alguns moradores se reuniram em torno da churrasqueira, brindando com picanha, vinho e cerveja. Entretanto, no dia seguinte, a celebração acabou se tornando um tema controverso no grupo de mensagens. Os ânimos se exaltaram, com muitos expressando indignação sobre a comemoração.
“Ridículo. Não quero que isso se repita aqui”, disparou um morador logo de manhã. Outro, mais direto, enfatizou: “Não vamos permitir esse tipo de comemoração no condomínio”, evidenciando a divisão entre aqueles que apoiam Bolsonaro e os que o rejeitam. As mensagens continuaram a se acumular, com alguns expressando ressentimento por não terem sido convidados: “Chateado por não ter sido chamado para o churrasco”.
A escalada da tensão no grupo de WhatsApp
Enquanto a situação se desenrolava, alguns moradores tentaram aliviar a tensão com ironias, mas a discordância cresceu. Um vizinho avisou que poderia pedir a exclusão de quem provocou a confusão, revelando a gravidade da situação. A conversa, que antes servia apenas para avisos sobre portaria e barulho, se transformou em um espaço de intensas manifestações políticas.
“Não incomodando ninguém e nem infringindo nenhuma lei do condomínio. Logo, paz!”, escreveu um morador em um esforço para apaziguar os ânimos, mas sua mensagem teve pouco efeito. O administrador do grupo foi obrigado a intervir: “Essa é a última vez que aviso. Na próxima, removerei do grupo”. Ele pediu calma e ressaltou que o espaço não era uma arena política.
Impacto da condenação de Bolsonaro na vizinhança
Na última quinta-feira, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A condenação foi recebida de maneiras distintas: enquanto opositores celebraram, parte da vizinhança que ainda apoia o ex-presidente se sentiu desolada. A situação na comunidade reflete a polarização política que tomou o Brasil nos últimos anos.
A presença de Bolsonaro em prisão domiciliar também trouxe desafios para a convivência no condomínio. Muitos moradores relataram que o sossego foi perdido, com a rotina sendo constantemente interrompida por policiais e jornalistas. Curiosamente, alguns consideram que o policiamento excessivo tornou o local, situado no bairro nobre do Jardim Botânico, ainda mais seguro.
Com a tensão ainda pairando sobre o condomínio e os moradores divididos, é incerto como a situação se desenrolará. No entanto, é evidente que a presença de Bolsonaro não apenas impactou seu futuro, mas também a dinâmica diária dos vizinhos, refletindo a profundidade do conflito ideológico que ainda permeia a sociedade brasileira.