Brasil, 15 de setembro de 2025
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Nova lei de Rhode Island exige acomodações para menopausa no trabalho

Rhode Island se tornou o primeiro estado dos EUA a exigir que empregadores ofereçam suporte às mulheres em menopausa, incluindo controle de temperatura e pausas flexíveis.

No dia 24 de junho, Rhode Island passou a ser o primeiro estado norte-americano a aprovar uma lei que garante acomodações no ambiente de trabalho para mulheres em menopausa. A legislação prevê medidas como controle de temperatura, pausas flexíveis e espaços privativos para o gerenciamento dos sintomas, que afetam muitas trabalhadoras na faixa de 40 a 60 anos.

Reconhecimento e validação das experiências femininas

A nova legislação surgiu após discussões lideradas por mulheres menopáusicas e profissionais de recursos humanos, que perceberam a invisibilidade do problema. O projeto foi pensado para reconhecer que os sintomas estão além do controle individual e requerem ações no ambiente laboral.

Para a professora Stacey B. Lee, especialista em negociações de saúde, essa abordagem é um passo essencial para normalizar o tema e evitar que as mulheres enfrentem dificuldades silenciosas no trabalho.

Desafios na formulação de políticas de saúde

Enquanto Rhode Island avança na inclusão de mulheres na conversa sobre saúde ocupacional, outros órgãos governamentais nos EUA têm promovido medidas controversas em saúde pública. Em julho, a FDA divulgou uma lista de especialistas para discutir o uso de antidepressivos SSRI na gestação, sem incluir representações de pacientes.

Organizações como a American College of Obstetricians and Gynecologists alertaram que a discussão foi desequilibrada e negligenciou os riscos de tratamentos sem considerar os benefícios de medicamentos essenciais às gestantes.

A importância da inclusão na tomada de decisão

Essa dinâmica reflete um padrão de políticas elaboradas sem envolver as comunidades afetadas, o que resulta em descompassos, confusão e até riscos à saúde. Segundo Stacey B. Lee, integrar quem vive e trabalha com os problemas em todas as fases do processo é fundamental para a efetividade das políticas públicas.

Na semana passada, o governo federal também anunciou avaliações sobre o uso do medicamento de aborto mifepristona, sem consultar profissionais de saúde ou pacientes. Isso cria insegurança jurídica e médica, além de prejudicar o acesso a um método comum de interrupção de gravidez.

Contribuições para políticas mais humanas e eficazes

Para Lee, decisões que envolvem o corpo, a saúde e a vida das pessoas só serão eficazes se ouvirem quem vive esses desafios. “A política eficaz é aquela que é construída com a participação real da comunidade, e não apenas com a ótica de quem está na liderança”, afirma.

Casos recentes demonstram que políticas feitas sem diálogo podem ter consequências graves, como atrasos, custos adicionais e desconfiança na administração pública. A experiência mostra que envolver os afetados não é um atraso, mas uma estratégia inteligente para evitar erros caros no futuro.

Seja na legislação trabalhista ou na saúde pública, o investimento na escuta ativa das vozes que mais entendem dos problemas é o caminho para soluções mais justas e sustentáveis. O que Rhode Island fez ao reconhecer a menopausa como uma questão de direito laboral pode servir de exemplo para outros estados e países que ainda veem essa condição como invisível ou desimportante.

O aprendizado é claro: políticas públicas eficazes e humanas nascem do diálogo, da inclusão e do respeito às experiências reais das pessoas que vivem esses desafios todos os dias.

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