Brasil, 15 de setembro de 2025
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Funeral católico da duquesa de Kent marca história na família real britânica

Primeira cerimônia católica de um membro da realeza britânica desde a Reforma Anglicana será na Catedral de Westminster nesta terça-feira, 16 de setembro

A família real britânica realiza na terça-feira, 16 de setembro, o funeral da duquesa de Kent, que se converteu ao catolicismo em 1994, em uma cerimônia na Catedral de Westminster, marcando um momento inédito em séculos. A homenagem acontece após a morte de Katharine Lucy Mary Worsley, aos 92 anos, no dia 4 de setembro, no Palácio de Kensington.

O contexto da conversão da duquesa de Kent

Nascida anglicana, a duquesa encontrou na fé católica uma fonte de consolo após perdas pessoais. Em 1975, ao engravidar de seu quarto filho, ela enfrentou uma doença e, por recomendação médica, interrompeu a gestação por motivos de saúde. Em 1977, após nova gravidez e relato de perda de seu bebê, ela declarou que a vida humana é um presente de Deus, destacando a importância de proteger a vida e a família.

Depois de perder o bebê aos 36 semanas, ela descreveu a experiência como “devastadora” e atribuiu a uma punição pelas decisões anteriores, vivendo até então como anglicana e mantendo visitas ao santuário de Nossa Senhora de Walsingham, em parceria com o arcebispo de Canterbury.

A duquesa de Kent segura um coala durante visita a Brisbane, Austrália, em 1988. Crédito: Queensland State Archives, CC BY 3.0 AU, via Wikimedia Commons
A duquesa de Kent segura um coala durante visita a Brisbane, Austrália, em 1988. Crédito: Queensland State Archives, CC BY 3.0 AU, via Wikimedia Commons

A conversão ao catolicismo

Em 1992, o sínodo geral da Igreja da Inglaterra aprovou a ordenação de mulheres sacerdotes, o que impulsionou a mudança de alguns anglicanos para o catolicismo. A duquesa de Kent oficializou sua entrada na Igreja Católica em janeiro de 1994, uma decisão considerada histórica, pois não havia registros de membros da realeza britânica convertidos ao catolicismo desde o século XVII. Seu próprio relato revelou que sua escolha foi uma decisão pessoal, motivada pela busca por inspiração, orientação e clareza na fé.

Em 2001, seu filho, Nicholas Windsor, também aderiu ao catolicismo, reforçando o vínculo familiar com a Igreja.

Repercussões e celebrações

Ao saber da morte da duquesa, o cardeal Vincent Nichols, de Westminster, expressou sua “cordial lembrança” de sua participação ativa na comunidade, especialmente na peregrinação de Lourdes, e destacou sua longa dedicação ao serviço público. O site oficial da família real revelou que o funeral será na Catedral de Westminster às 14h, horário do Reino Unido, com a presença do rei Charles III e da rainha Camilla.

A cerimônia de recepção e as vésperas acontecerão na tarde de segunda-feira, 15 de setembro, na própria Catedral, onde seu corpo permanecerá até o momento do sepultamento. Após a missa, os restos mortais serão transferidos para o Cemitério Real de Frogmore, em Windsor.

Significado histórico e espiritual

A cerimônia representa uma marca histórica, sendo o primeiro funeral católico de um membro da realeza britânica em séculos. A última ocasião semelhante foi o falecimento de Charles II, em 1685, que se converteu no leito de morte, mas teve funeral anglicano.

A própria duquesa descreveu sua conversão como uma decisão “de longa reflexão e caráter pessoal”, atraída pela “consolação e clareza” que encontrou na fé católica. Ela afirmou que aprecia “a orientação que a Igreja Católica oferece” e que sempre desejou uma vida com expectativas claras. Seu filho mais novo, Nicholas Windsor, também se uniu à Igreja posteriormente.

Impacto e legado espiritual

O funeral da duquesa de Kent reflete a dimensão espiritual de sua trajetória, marcada por uma busca por sentido, fé e esperança. O evento também simboliza a receptividade da Igreja Católica a figuras da realeza e a respeito às escolhas pessoais de conversão.

Segundo o site oficial do Vaticano, o episódio demonstra a liberdade religiosa e a compreensão de uma fé que acolhe mudanças de vida, reforçando o diálogo ecumênico e a pluralidade de expressões espirituais na sociedade britânica.

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