Desde que o Ministério da Saúde dos Estados Unidos passou a reforçar a substituição de corantes artificiais por opções naturais, debates têm surgido sobre a real segurança desses ingredientes na alimentação. Embora os corantes naturais sejam considerados uma alternativa, especialistas alertam que nem sempre eles representam um risco menor para a saúde humana.
Desafios na regulamentação e segurança dos corantes naturais
Enquanto os corantes artificiais, produzidos a partir de petróleo, são submetidos a rigorosos testes da Food and Drug Administration (FDA), os naturais seguem um processo de autorregulação. Segundo Paul Manning, CEO da Sensient Technologies, as empresas fabricantes de corantes naturais atestam por conta própria a conformidade de seus produtos com as normas vigentes, o que pode limitar a fiscalização efetiva. “Essa diferença no controle cria uma questão sobre a segurança real dessas substâncias”, explica Manning.
Corantes naturais aprovados e seus componentes
Atualmente, a FDA autorizou quatro corantes naturais para uso alimentício: extrato de alga vermelha Galdieria azul, flor de bainema pea, que produz tons de azul, roxo e verde, fosfato de cálcio, utilizado para produtos brancos como balas e frangos, e gardenia azul, extraído de fruta de gardenia. Apesar de serem considerados alternativas mais “naturais”, sua segurança ainda é objeto de estudos e debates no setor.
Impactos potenciais na saúde e desafios de produção
Especialistas alertam que, apesar de serem considerados menos tóxicos do que os corantes sintéticos, os naturais não estão livres de efeitos adversos ou riscos desconhecidos, sobretudo quando utilizados em altas concentrações. Além disso, a produção desses corantes pode apresentar variações em sua composição e eficácia, dificultando a padronização do produto final.
As próximas mudanças no mercado de alimentos
Com planos do FDA e governos estaduais, como Califórnia e Texas, de eliminar os corantes sintéticos até 2027, fabricantes terão de adaptar suas linhas de produção para incorporar soluções naturais. Essa mudança, embora represente uma tendência de maior cuidado com a saúde do consumidor, exige maior atenção às regulamentações e à qualidade dos ingredientes utilizados.
Especialistas reforçam que consumidores devem permanecer atentos às informações nos rótulos e ao uso de cores artificiais ou naturais. “A substituição de corantes não garante automaticamente maior segurança, e a avaliação contínua de estudos científicos é essencial”, afirma Maria Santos, especialista em segurança alimentar.