Brasil, 15 de setembro de 2025
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Lula se prepara para viagem aos EUA em meio a tensões

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Nova York para a ONU em um momento delicado nas relações Brasil-EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para embarcar a Nova York para sua terceira participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em seu atual mandato. O evento, que ocorrerá na próxima semana, é uma das prioridades na agenda internacional do chefe do Executivo, em um cenário marcado por intensas tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos.

Um momento chave nas relações internacionais

Lula, que tem um histórico de comparecimento nas Assembleias da ONU durante seus mandatos, com exceção da de 2010, quando delegou esta responsabilidade ao chanceler Celso Amorim, está preste a participar do encontro marcado para o dia 23 de setembro. Este ano, sua presença é ainda mais significativa, uma vez que ocorre em um contexto sem campanhas eleitorais e representa uma oportunidade crucial para avançar nas negociações da COP30, que acontecerá no Brasil, em Belém, em novembro.

Além de participar da Assembleia, o presidente terá um papel ativo na Cúpula do Clima, que ocorrerá no dia 24 de setembro. Durante esta cúpula, os países apresentarão suas propostas de redução das emissões de gases de efeito estufa e estratégias de adaptação às mudanças climáticas, conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas).

Tensões exacerbadas com os EUA

Lula chegará a Nova York em um dos piores momentos das relações entre Brasil e Estados Unidos, que já foram mais amistosas. A gestão do ex-presidente Donald Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, uma represália ao processo judicial que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Adicionalmente, as autoridades americanas cancelaram o visto de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aplicaram a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, resultando em bloqueio de contas e transações do ministro com entidades sob jurisdição americana. Essas ações têm ampliado a ruptura diplomática entre os dois países.

Mensagem de Lula em defesa da soberania brasileira

Em um artigo publicado no “New York Times”, Lula enviou uma mensagem ao ex-presidente Trump, afirmando que o Brasil continua disposto a negociar enquanto não comprometidos a democracia e a soberania do país. O presidente destacou que as relações devem ser benéficas para ambas as partes, mas não à custa de princípios fundamentais.

Além disso, Lula rebateu as alegações do governo norte-americano sobre um suposto caráter de “caça às bruxas” na condenação de Bolsonaro, defendendo a legitimidade e a proteção que o STF oferece às instituições brasileiras. Ele expressou orgulho pela “decisão histórica” do tribunal, que considera vital para preservar a democracia e o Estado de Direito no Brasil.

Decisões recentes e a resposta de Washington

Recentemente, Bolsonaro e outros sete réus foram condenados pela Primeira Turma do STF, fato que repercutiu negativamente nas relações diplomáticas. Após a condenação, Washington anunciou que daria uma “resposta adequada” ao que considera uma “caça às bruxas” contra a oposição, indicando que as relações entre os dois países continuarão a ser tensionadas enquanto estas discussões estiverem em pauta.

Em meio a esse cenário conturbado, a presença de Lula na ONU não representa apenas uma formalidade diplomática, mas também uma oportunidade de reafirmar a postura do Brasil no cenário internacional e de buscar alternativas para reparar um relacionamento desgastado que poderia afetar interesses mútuos no futuro.

À medida que o presidente se prepara para este compromisso importante, o mundo aguarda suas palavras sobre as diretrizes brasileiras para o enfrentamento das crises climáticas e as relações no âmbito global, enquanto também se observa com atenção as repercussões de suas interações com líderes globais, especialmente um Estados Unidos ainda sob a influência do legado de Trump.

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