O deputado republicano Clay Higgins (R-La.) anunciou, nesta quinta-feira (19), uma ofensiva radical contra comentários nas redes sociais que “menoscabem” a morte do ativista de direita Charlie Kirk, vítima de tiroteio na quarta-feira (18) em Utah. Higgins justificou que usará toda sua influência legislativa e com plataformas digitais para banir permanentemente qualquer comentário considerado ofensivo.
Proposta radical do deputado contra críticas e menções à morte de Charlie Kirk
Higgins afirmou em publicação no X (antigo Twitter) que pretende “exigir o banimento imediato de todo post ou comentário que belisque ou diga algo negativo sobre Charlie Kirk”. Segundo ele, quem “celebrar ou elogiar” o assassinato do ativista deveria ser banido de todas as redes sociais para sempre. “Não vamos tolerar que esses evilosos animais saiam impunes por celebrar um crime tão horrendo,” afirmou.
O republicano também revelou planos de atuar na esfera empresarial, propondo que as empresas de indivíduos que postarem críticas “sérias” sobre Kirk tenham suas licenças e permissões suspensas, sejam blacklisted e expulsas de escolas, além de terem suas carteiras de motorista revogadas. “Vou cancelar, com extremo rigor, esses seres malditos que comemoraram a morte de Charlie Kirk,” concluiu Higgins.
Reações e contexto
O próprio Kirk, conhecido por seu posicionamento conservador, aparentemente discordou das propostas extremadas de Higgins. Em comentários anteriores, Kirk defendeu a liberdade de expressão nas redes sociais, afirmando que “as pessoas devem ser livres para dizer o que pensam, mesmo que isso seja chocante” (ver vídeo).
O polêmico pronunciamento de Higgins gerou repercussão entre membros de diferentes espectros políticos, alguns criticando a escalada autoritária, enquanto outros apoiaram a postura de intolerância contra críticas extremas. Ainda não houve declarações oficiais do escritório do deputado quanto às declarações feitas nesta quinta-feira.
Implicações e perspectivas
Especialistas alertam que a proposta de Higgins, caso fosse implementada, representaria uma afronta severa às liberdades civis e de expressão protegidas por leis nos Estados Unidos. “Medidas que visam criminalizar opiniões ou críticas, mesmo que ofensivas, configuram uma ameaça ao Estado de Direito,” avaliou a professora de direito constitucional Ana Mendes, da Universidade de Nova Orleans.
Por ora, trata-se de uma declaração polêmica que reflete o clima de polarização e radicalização crescente no cenário político americano, com debates acalorados sobre os limites da liberdade e as ações do Estado frente às opiniões na internet.