Durante sessão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22), a congressista Nancy Mace (R-SC) protagonizou uma discussão polêmica ao chamar a colega Sara Jacobs (D-Calif.) de “ridícula” e fazer comentários ofensivos, após um debate sobre direitos trans e saúde mental.
Conflito sobre direitos trans e comentários polêmicos
A troca de farpas começou quando Jacobs defendeu a inclusão de procedimentos de aumento mamário e outros tratamentos relacionados à afirmação de gênero como formas de cuidados de saúde essenciais para a população trans. “Filler, implantes e Botox são cuidados de afirmação de gênero. Muitas colegas fazem esses procedimentos. Devemos respeitar quem precisa de assistência”, afirmou Jacobs na Câmara.
Em resposta, Mace afirmou que a colega era “ridícula” e, em tom de provocação, ofereceu um conselho: “Se precisar, tenho um bom cirurgião para sua rinoplastia”, dirigindo-se a Jacobs, que é judia. A congressista do Sul dos Estados Unidos também fez uma crítica direta ao seu visual, o que gerou repúdio nas redes sociais.
Discussão pessoal e ataques em redes sociais
Acusações de abuso e respostas públicas
O conflito envolvendo as duas congressistas ganhou ainda mais tensão após Mace acusar seu ex-noivo e outros homens de abuso sexual, alegando que mudanças corporais poderiam ter relação com traumas de violência sexual. “Algumas mulheres mudam o corpo por causa de trauma. Quem sofre sabe o que é isso”, declarou Mace na rede social X (ex-Twitter).
Jacobs reagiu às ofensas de forma contundente. “Fico triste por você. Pare de atacar minorias e de usar sua dor como justificativa para ataques aos trans”, respondeu Jacobs. Ela também destacou que muitas pessoas no Congresso usam cuidados de afirmação de gênero e que esses direitos devem ser respeitados.
Repercussão e clima de tensão
A discussão não ficou restrita às redes; Mace também voltou às redes sociais para fazer uma piada de mau gosto sobre cirurgia plástica, além de acusar os adversários de responsabilidade por episódios de violência no país. “Democratas são responsáveis por tudo de ruim”, escreveu Mace, após o assassinato do ativista Charlie Kirk, que foi amplamente veiculado na mídia.
Segundo análise de especialistas, o episódio reflete o clima de polarização crescente na política americana, onde debates ideológicos muitas vezes escorregam para ataques pessoais, dificultando o diálogo construtivo e a busca por soluções para questões sensíveis como os direitos civis e saúde pública.
Implicações para o cenário político
O incidente gerou reações variadas entre os colegas de Parlamento e lideranças políticas. Críticos consideram que ataques pessoais e comentários desrespeitosos prejudicam a imagem do Legislativo e dificultam a construção de consensos em temas importantes para a sociedade.
Especialistas apontam que, apesar de divergências legítimas, a maneira como o debate é conduzido hoje contribui para o aumento da polarização e para o fortalecimento de uma cultura de agressividade no ambiente político.
Este episódio será analisado como mais um exemplo da necessidade de maior diálogo e respeito no Congresso, sobretudo em temas delicados e questões de direitos humanos.