Brasil, 14 de setembro de 2025
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Vascaíno morto em ataque de torcida organizada é enterrado no Rio

Rodrigo José Santana, torcedor do Vasco, foi enterrado após ser assassinado em um ataque de torcedores na Zona Norte do Rio.

Neste último sábado (13), o corpo de Rodrigo José Santana, de 36 anos, torcedor do Vasco da Gama, foi sepultado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele foi brutalmente assassinado na última quinta-feira (11), após ser baleado na cabeça durante um ataque de torcedores. A despedida emocionada contou com a presença de familiares e amigos, que lamentaram a perda precoce do pai de quatro filhos, incluindo uma recém-nascida de apenas três meses.

O ataque e as circunstâncias da morte

Rodrigo foi atingido por um disparo próximo à estação de trem de Oswaldo Cruz, um ponto de encontro tradicional da torcida vascaína em dias de jogo. De acordo com a Polícia Civil, há fortes indícios de que ele tenha sido vítima de uma emboscada planejada pela Torcida Jovem do Flamengo, com o objetivo de atacar integrantes da Força Jovem do Vasco. No momento do ataque, testemunhas relataram a presença de cerca de 40 a 50 torcedores, supostamente se reunindo em um galpão próximo à estação.

Um vídeo gravado durante o confronto mostra um homem encapuzado atirando contra torcedores do Vasco, e a polícia agora investiga se esse indivíduo é o responsável pelo disparo que tirou a vida de Rodrigo. Apesar de não ser um membro oficial da Força Jovem, ele frequentemente frequentava encontros da torcida e estava em um bar a caminho de assistir ao jogo entre Vasco e Botafogo pela Copa do Brasil.

Implicações e reações

O trágico falecimento de Rodrigo ocorre apenas duas semanas após o Ministério Público do Rio de Janeiro ter autorizado o retorno das torcidas organizadas aos estádios, após mais de uma década de proibição. Essa decisão foi baseada em um compromisso mútuo entre as torcidas de não se envolver em atos de violência. No mesmo dia em que Rodrigo foi assassinado, a Polícia Militar deteve seis integrantes da Torcida Jovem do Flamengo no bairro do Grajaú, que estavam armados com pedaços de pau e ferro.

A Torcida Jovem do Flamengo, por sua vez, divulgou uma nota através das redes sociais negando qualquer envolvimento no crime. Afirmaram que, na data do incidente, ocorriam jogos entre duas torcidas rivais e que não haviam motivos para uma reunião.

Um pai de família querido

Amigos próximos de Rodrigo descreveram-no como um pai de família exemplar, que estava apenas buscando reencontrar velhos amigos em um churrasco. “Ele nem ia para o jogo. Veio apenas confraternizar. Estava se preparando para se mudar para Portugal, onde abriria uma barbearia”, revelou Gustavo Lourenço, amigo da vítima.

“É doloroso reconhecer que ele se tornou mais uma vítima da violência entre torcidas. A tristeza é profunda. Todos que o conheceram sabem o quão especial ele era”, completou Gustavo, expressando a dor pela perda de um amigo querido.

A investigação sobre o caso ainda está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital, buscando esclarecer as circunstâncias do ataque e identificar todos os envolvidos.

O luto por Rodrigo reflete a necessidade urgente de se enfrentar a violência nas arquibancadas e nas ruas, uma questão que continua a afetar o cotidiano de muitos torcedores no Brasil. A história dele, marcada por tragédia e perda, serve como um chamado à ação para que medidas efetivas sejam tomadas para garantir a segurança e proteção dos apaixonados pelo futebol.

Rodrigo José Santana não será esquecido, e sua morte trágica destaca a necessidade de um diálogo mais profundo sobre a violência no esporte e suas consequências destrutivas.

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