O Brasil encerrou agosto com 16.880 pontos de carregamento de veículos elétricos públicos e semi-públicos, conforme levantamento da Tupi Mobilidade em parceria com a ABVE. Apesar do crescimento, a infraestrutura ainda apresenta desafios, especialmente no que diz respeito aos carregadores rápidos.
Distribuição e tipos de carregadores no país
Dos pontos instalados, 77% são carregadores lentos, que demandam de 5 a 12 horas para carregar uma bateria, enquanto apenas 23% são carregadores rápidos, capazes de recarregar em até uma hora. Os carregadores rápidos, essenciais para viagens de longa distância, cresceram 59% no período, mas ainda representam uma minoria no total.
Segundo Davi Bertoncello, diretor de Comunicação da ABVE e fundador da Tupi Mobilidade, “a queda de custos dos equipamentos e a demanda por recargas de longa distância estão levando os operadores a priorizar investimentos em carregadores rápidos”.
Concentração regional e desafios na expansão
A região Sudeste abriga quase metade dos pontos do país (7,9 mil), revelando uma distribuição bastante desigual. Na comparação com outros estados, São Paulo possui 2,1 mil eletropostos, enquanto o Rio de Janeiro conta com 963. Já regiões Norte e Nordeste têm, respectivamente, 437 e 3,3 mil pontos.
Especialistas apontam que um dos principais obstáculos para a adoção de veículos elétricos puros no Brasil é a ‘pane seca’ — o risco de ficar sem energia durante uma viagem devido à pouca infraestrutura de carregamento, especialmente em um país de dimensões continentais.
Perspectivas de investimentos e crescimento no setor
O empresário GAC, CEO de uma montadora chinesa que atua no Brasil, declarou que há planos de investir em infraestrutura de carregamento no país (Fonte). Além disso, na China, que lidera a eletrificação com 37 milhões de veículos plug-in e 16,7 milhões de carregadores, a proporção é de um ponto para cada 2,2 veículos.
No Brasil, com uma frota de 302.225 veículos plug-in em agosto, a relação atual é de 18 veículos por eletroposto, indicando que ainda há espaço para expansão substancial na rede de recarga, principalmente naqueles destinados a viagens de longa distância.
Por outro lado, dificuldades regulatórias, como a insegurança jurídica em relação à norma da Ligabom sobre segurança em recargas em edifícios, travam a ampliação dos carregadores lentos, que representam a maior parte da infraestrutura atual.
Desigualdade na infraestrutura e futuro do setor
Atualmente, 1.499 municípios brasileiros contam com eletropostos públicos e semi-públicos, crescimento de 10% em relação a fevereiro. Porém, a concentração regional permanece: a Região Sudeste possui metade dos pontos, enquanto o Norte possui apenas 437 eletropostos.
Segundo Bertoncello, “o desenvolvimento da infraestrutura será fundamental para ampliar o uso de veículos elétricos no Brasil, sobretudo em um país com tamanho e diversidade geográfica tão grande”.
Com investimentos em novas fábricas, como a unidade inaugurada recentemente pela Ferrari na Itália, a tendência é que o mercado de veículos elétricos e a infraestrutura de recarga continuem em aceleração no cenário global.
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