Brasil, 13 de setembro de 2025
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Mercado argentino testa o teto da banda cambial e enfrenta volatilidade

Após eleições na província de Buenos Aires, o peso e o dólar continuam a provocar incertezas no mercado financeiro argentino

Os mercados argentinos permanecem em clima de alta volatilidade após as eleições na província de Buenos Aires, com o peso se aproximando do limite superior da banda de flutuação cambial e o dólar sendo ofertado acima de 1.470 pesos em momentos de tensão. O governo reafirma a defesa do teto dessa banda, refletindo o desafio político e econômico do momento.

Testes do teto da banda cambial e oferta de dólares

Nesta semana, a cotação do dólar atingiu até 1.470 pesos em bancos, gerando uma forte pressão sobre o mercado. Segundo Gustavo Quintana, operador de câmbio, houve uma significativa entrada de dólares do agronegócio e de exportadores de mineração e combustíveis, o que ajudou a conter a escalada do peso. “O volume de US$ 224 milhões liquidado na terça-feira foi o maior desde julho, indicando uma forte atuação de exportadores para evitar a alta excessiva da cotação”, explicou.

Expectativa de liquidez e credibilidade no teto

Os analistas avaliam que essa forte oferta de dólares indica que o mercado mantém credibilidade na estratégia do governo de segurar o peso dentro da banda cambial. “Esses movimentos são típicos de eventos de expectativa de saltos na taxa de câmbio por conta de um evento binário”, afirmou Gustavo Quintana. Além disso, a liquidação do agronegócio, que liquidou cerca de US$ 224 milhões na terça, sugere uma reação temporária a eventos de expectativa, devendo diminuir nos próximos dias.

Impacto das eleições na avaliação do mercado argentino

Após a derrota de Javier Milei nas eleições de Buenos Aires, o mercado virou sua avaliação sobre o país. Segundo Fernando Camusso, da Rafaela Capital, o agronegócio ajudou a evitar uma disparada do dólar, ao liquidar com retenções em T-1. Ainda assim, o cenário político deteriorado e as incertezas eleitorais pesam sobre o mercado, que se mostra cauteloso com a proximidade de 26 de outubro.

Caputo, ministro da Economia, destacou que as intervenções do Tesouro no mercado de câmbio foram menores nesta semana, com vendas de US$ 56 milhões entre segunda e terça-feira, uma queda significativa em relação aos US$ 553 milhões da semana anterior. Assim, o cenário permanece desafiador, com o mercado atento ao futuro político e às próximas decisões do governo central.

Perspectivas e desafios futuros

Analistas alertam que a disputa política será crucial na definição do ritmo do câmbio nos próximos meses. “A chave será a política, não a economia. Em outubro, o resultado das eleições legislativas poderá definir o rumo da estabilidade cambial”, avaliou Camusso. Segundo ele, as probabilidades de Milei alcançar o máximo de 35% de votos na província de Buenos Aires são possíveis, mas qualquer resultado melhor para o oficialismo seria considerado positivo para o mercado.

Os dados oficiais sobre a movimentação cambial serão divulgados ao final de outubro, mas o cenário atual indica que o mercado continuará atento às novidades políticas e às ações do governo argentino, em um momento de grande incerteza e volatilidade econômica.

Fonte: O Globo

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