Brasil, 13 de setembro de 2025
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Tarifa de energia deve subir 7% em 2025 devido à crise hídrica e subsídios

Com menos chuvas e aumento nos custos, conta de luz deve ficar 7% mais cara este ano, impactando o bolso do brasileiro

A conta de luz dos brasileiros deverá ficar 7% mais cara em 2025, reflexo do crescimento do custo de geração de energia, principalmente pelas usinas termelétricas, devido à baixa intensidade das chuvas e ao aumento dos subsídios, segundo projeções do economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano. A alta ocorre após um leve alívio em 2024, quando a tarifa caiu 0,37%.

Influências na alta da tarifa de energia em 2025

De acordo com especialistas, a alta nas tarifas é explicada pelo crescimento do custo com subsídios e pela queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, que depende da quantidade de chuva. Com menos chuva, o uso de usinas termelétricas, mais caras, aumenta, elevando o custo final para o consumidor. Segundo o levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o preço da tarifa de energia já aumentou 177% nos últimos 15 anos, 45% acima da inflação acumulada no período.

Reajustes tarifários e bandeiras tarifárias

O reajuste tarifário acompanha a inflação, influencia pelos custos de produção, impostos e encargos, além das bandeiras tarifárias — taxas extras cobradas quando o sistema elétrico usa fontes mais caras, como as termelétricas. Desde maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mantém a bandeira amarela, e nos meses seguintes, vigoraram bandeiras vermelha 1, vermelha 2 e, em setembro, a mais cara, mantendo a cobrança máxima.

Segundo o especialista, essa combinação elevou as contas de energia, que acumularam alta de 10,2% até julho, de acordo com o IBGE. Em agosto, houve uma redução de 4,1%, devido ao pagamento de bônus de Itaipu, mas a perspectiva para setembro é de alta de 16%, na média nacional.

Perspectivas para o nível dos reservatórios

O Operador Nacional do Sistema (ONS) estima que apenas a região Sul terá níveis de água acima da média histórica na próxima semana, com 119%. Nos demais, as projeções indicam níveis próximos ou abaixo de 60%, sinalizando que o risco de novas bandeiras tarifárias elevadas permanece, dependendo das chuvas das próximas semanas. Especialistas afirmam que o prognóstico para o período chuvoso ainda é adverso.

Medidas e políticas em análise

Apesar do cenário desfavorável, o governo busca alternativas para mitigar o impacto na tarifa. A Câmara dos Deputados adiou a votação de uma Medida Provisória que ampliaria os descontos na energia, enquanto o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo discutirá a conclusão da usina de Angra 3 até o final de setembro. Outras iniciativas envolvem leilões de energia para hidrelétricas, que atraíram R$ 5,4 bilhões em investimentos, e programas de economia doméstica.

Impacto na economia e no consumo

O aumento na tarifa de energia impacta não apenas as contas residenciais, mas também encarece bens e serviços industriais. Victor Hugo Iocca, diretor de Energia da Abraceel, lembra que a alta de preços da energia é um fenômeno que reverbera em toda a cadeia produtiva e que, em alguns setores, o repasse ao consumidor final começa a se tornar inviável.

Para tentar amenizar custos, especialistas recomendam ações simples de economia, como trocar lâmpadas incandescentes por LED, evitar banhos longos, desconectar aparelhos eletrônicos desligados da tomada e utilizar o ar-condicionado com temperatura adequada.

Futuro da geração de energia e mudanças no sistema

Com o cenário de baixa nas chuvas e aumento na demanda por fontes caras, investimentos em novas usinas hidrelétricas continuam atraindo recursos, como o recente leilão de energia que movimentou R$ 5,4 bilhões. A expectativa é que, com a chegada das chuvas no Sul e o início de uma possível desaceleração dos custos, a projeção de alta na tarifa possa diminuir para 7% ao longo de 2025, mas tudo dependerá do comportamento das condições climáticas.

Segundo Serrano, o resultado final da tarifa de energia em 2025 vai depender do comportamento das bandeiras tarifárias até o final do ano. Caso o período chuvoso seja abaixo do esperado, o aumento pode superar as previsões atuais, agravando ainda mais a carga econômica para consumidores e setores produtivos.

Mais informações você encontra em O Globo.

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