Brasil, 13 de setembro de 2025
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Tragédia no futebol: vascaíno é morto em ataque de torcida

Rodrigo José Santana, de 36 anos, foi baleado em briga entre torcidas e ia se mudar para Portugal; ele deixa quatro filhos.

Na última quinta-feira (11), o torcedor do Vasco, Rodrigo José Santana, de 36 anos, foi tragicamente baleado na cabeça durante uma briga entre torcidas organizadas em Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Rodrigo planejava assistir a sua última partida com amigos antes de iniciar uma nova vida em Portugal, onde pretende abrir uma barbearia. A tragédia não só interrompeu seus sonhos, mas também deixou quatro filhos, incluindo um bebê de apenas três meses.

A emboscada e os acontecimentos fatídicos

A Polícia Civil investiga o caso e aponta que a morte de Rodrigo foi provocada por uma emboscada supostamente orquestrada pela Torcida Jovem do Flamengo (TJF), que atacou a Força Jovem do Vasco. O ataque ocorreu em um ponto de encontro habitual dos vascaínos, onde um grupo estimado entre 40 e 50 torcedores do Flamengo se reuniu para desferir os ataques.

Testemunhas relataram que um homem encapuzado disparou contra os torcedores do Vasco, e agora a polícia investiga a possibilidade de que ele tenha sido o responsável pelo disparo que resultou na morte de Rodrigo. A ação violenta levou a PM a deter, no bairro Grajaú, seis membros da torcida flamenguista, que estavam armados com pedaços de madeira e ferro.

Os desdobramentos da rivalidade entre torcidas

O incidente ocorre em um momento delicado para as torcidas cariocas. Há aproximadamente duas semanas, o Ministério Público havia autorizado o retorno das torcidas organizadas aos estádios, após mais de dez anos de proibição devido a atos de violência. As torcidas assinaram um termo de ajustamento de conduta se comprometendo a não se envolver em confrontos, mas o trágico desfecho de Rodrigo levanta dúvidas sobre a eficácia dessas medidas.

O Flamengo, através de suas redes sociais, negou qualquer envolvimento no ataque, alegando que suas torcidas estavam em um clássico rival, o que, segundo eles, inviabilizaria uma reunião de torcedores em um ponto de encontro específico.

A dor da perda e as homenagens à vítima

Rodrigo, que apesar de não ser um integrante formal da Força Jovem do Vasco, tinha amigos que pertenciam à torcida e frequentemente participava de encontros. Seu amigo Gustavo Lourenço descreveu Rodrigo como um pai exemplar, ressaltando que sua última saída foi apenas para um reencontro entre amigos – um churrasco que ele ansiosamente aguardava.

“Ele nem ia para o jogo. Veio aqui para confraternizar. Um pai de família exemplar, deixando quatro filhos. A caçula dele tem apenas três meses”, lamentou Gustavo, visivelmente emocionado.

Com a perda de Rodrigo, a comunidade torna-se mais consciente do impacto devastador que a violência entre torcidas pode ter na vida de famílias inocentes. “Mais uma vítima. Infelizmente, vamos ter que enterrar mais um amigo, no meio de tantos que já se foram”, disse Gustavo em meio às lágrimas.

Investigação e apoio à família

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está à frente das investigações e busca esclarecer os detalhes do crime. Enquanto isso, o corpo de Rodrigo será velado no Cemitério de Irajá a partir das 9h deste sábado (13), com o enterro previsto para as 16h. Parentes da vítima estiveram presentes no IML para tratar da liberação do corpo, enfrentando um momento de dor e dificuldade.

Além dos filhos, Rodrigo deixa sua esposa, que agora se vê sozinha para criar as crianças e lidar com a perda de um marido e pai.

A tragédia reacende a discussão sobre a necessidade urgente de medidas mais eficazes para conter a violência entre torcidas, que já levou a mortes e ferimentos em várias ocasiões anteriores. O caso de Rodrigo é um triste lembrete do que a rivalidade no futebol pode causar dentro e fora dos estádios.

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