Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Governo Lula acelera emendas parlamentares durante julgamento de Bolsonaro

O governo federal liberou R$ 3,2 bilhões em emendas parlamentares em uma estratégia para conter a anistia a Bolsonaro.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou a liberação de recursos de emendas parlamentares durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Esta movimentação gerou um desembolso de R$ 3,2 bilhões desde o início do caso na Suprema Corte, especialmente na semana em que as condenações foram anunciadas. A ação busca fortalecer a posição do Planalto na tentativa de garantir o controle do Centrão em face da proposta de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado.

Aceleração das emendas: um movimento estratégico

Na última terça-feira (9/9), o governo rebateu decisivamente ao liberar R$ 2,3 bilhões, em um dia que marcou um recorde de emendas em 2025. Segundo dados da Transparência, essa foi a maior quantia liberada em um único dia, numa época em que a disponibilidade dos recursos estava bastante restrita. Para efeito de comparação, o recorde anterior foi registrado em 13 de dezembro do ano passado, com R$ 5,8 bilhões.

Impacto e reações no Congresso

Com os R$ 3,2 bilhões distribuídos nas duas semanas que se seguiram ao início do julgamento, R$ 2,9 bilhões (91,3%) desse montante correspondem a emendas de caráter individual, que geralmente asseguram retorno eleitoral e político aos deputados autores. O restante foi dividido entre emendas remanescentes do chamado orçamento secreto e envolve outros tipos de rubricas, como bancadas estaduais e comissões temáticas.

O governo sentiu a possibilidade real de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautasse a proposta de anistia em plenário, o que provocou a mobilização de seus aliados. Uma parte do Centrão se alia à oposição para impulsionar a votação, enquanto outra facção busca derrotar o projeto. O objetivo do governo é aumentar a quantidade de deputados dispostos a enterrar a chance de qualquer perdão a Bolsonaro.

A atual situação retrata um cenário em que o governo sentiu a pressão crescente da oposição. Recentemente, dificuldades emergiram, especialmente na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), onde uma manobra da oposição em colaboração com o Centrão resultou na derrota das indicações de confiança do Planalto.

Perspectivas futuras e estratégias do governo

Para lidar com essa dinâmica, o governo almeja consolidar o apoio de figuras como Hugo Motta, que tradicionalmente resiste a pautas que envolvem anistia. O objetivo é não apenas evitar a aprovação de projetos indesejados, mas também reforçar a ligação entre o Planalto e o legislativo. Contudo, essa articulação é desafiada pela desconexão que o presidente da Câmara enfrenta com o Centrão, dificultando o controle sobre a pauta e as votações.

A expectativa é que o Planalto mantenha o foco em fortalecer suas bases eleitorais, garantindo que a liberação de emendas continue nos próximos dias, em uma estratégia desenhada para mitigar os impactos da oposição e manter a governabilidade. As próximas semanas serão cruciais, já que as articulações políticas podem influenciar o futuro da discussão sobre a anistia a Bolsonaro e outras pautas importantes para o governo.

À medida que os desdobramentos judiciais e políticos continuam a impactar a cena nacional, a habilidade do governo em manobrar no Congresso poderá definir a trajetória legislativa brasileira e o futuro da política em um ambiente cada vez mais polarizado.

Em resumo, o governo Lula sinaliza sua determinação em envidar esforços para conter a onda de apoio à anistia a Bolsonaro, utilizando a liberação de emendas parlamentares como uma das principais armas no campo político.

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