O fundador do Helem Club, Yaron Edel, faz um alerta alarmante sobre o aumento da ideação suicida entre soldados israelenses após o término do conflito em Gaza. Com uma sociedade marcada por perdas e estresse, a saúde mental dos militares está em risco iminente.
O Impacto Psicológico Após o Conflito
À medida que a guerra em Gaza parece estar chegando ao fim, a preocupação com a saúde mental dos soldados israelenses aumenta. Segundo Edel, “Estamos à beira de uma grande onda de pessoas lidando com pensamentos suicidas”. Ele explica que, assim que a guerra termina, o senso de unidade que mantinha os soldados coesos também enfraquece, potencializando ideações suicidas e resultando em mais casos de suicídios.
Os dados já estão preocupantes: a taxa de suicídio entre os membros das Forças de Defesa de Israel (IDF) apresentou um aumento, com 17 casos analisados como suicídios em 2023, subindo para 24 em 2024. O IDF não divulgou os números exatos de 2025, mas a mídia israelense já reportou pelo menos 18 suicídios no primeiro semestre do ano. Quatro desses casos aconteceram nas duas primeiras semanas de julho.
Cada pessoa é um mundo, e cada uma delas representa uma perda inaceitável.
Iniciativas e Resposta do IDF
O general de brigada Amir Vadmani, chefe do Estado-Maior da Diretoria de Recursos Humanos, enfatiza a perda irreparável que o país enfrenta: “Cada pessoa é um mundo por si só, e cada uma é uma perda que não pode ser tolerada. Precisamos agir para abordar as causas profundas e fazer tudo o que for possível para reduzir esses casos dolorosos”.
A organização Helem Club, que auxilia pessoas com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), criou um protocolo de triagem para identificar indivíduos que apresentam sinais iniciais de TEPT e ideação suicida. Edel elogia também a atuação da MOSHE, uma ONG dedicada à prevenção do suicídio.
“Diversos empreendedores estão tentando desenvolver avanços tecnológicos, enquanto equipes de ONGs e médicas em Israel buscam soluções”, afirmou Edel. O IDF também está adaptando suas estratégias para enfrentar esta crise, firmando parcerias com a Momentum, uma ONG que auxilia soldados a fazerem a transição mental e emocional do combate para a vida civil.
Desafios Culturais e Caminhos para a Solução
Edel ressalta que mudanças culturais são fundamentais. Ele acredita que as conversas abertas sobre saúde mental e ideação suicida precisam ser incentivadas. “As pessoas não sabem como falar sobre seus sentimentos. Uma vez que as pessoas aprendem a se expressar, existem diversas técnicas e protocolos para ajudá-las”, explicou.
O ex-CEO do Helem Club aponta que a sociedade israelense, especialmente as forças armadas, frequentemente, tem um ambiente fechado e hipermasculino, onde a expressão emocional é muitas vezes considerada um tabu. A solução, segundo Edel, não exige terapia formal, mas sim conversas lideradas por pares – soldados veteranos que possam compartilhar suas experiências e formar um suporte emocional.
Quando as pessoas são treinadas para falar sobre seus sentimentos, teremos uma chance de enfrentar esse problema.
Considerações Finais
O problema da saúde mental entre os soldados israelenses exige uma abordagem multifacetada. Com um aumento inaceitável na taxa de suicídios, é imperativo que ações significativas sejam implementadas. O IDF já tomou a iniciativa de expandir o acesso a oficiais de saúde mental e abriu uma linha de ajuda 24 horas para aqueles que estão enfrentando dificuldades. No entanto, a mudança cultural e a disposição para o diálogo sobre saúde mental são cruciais para enfrentar essa crise de forma eficaz e humana.
O aviso de Yaron Edel serve como um chamado à ação para a sociedade e autoridades em Israel, contribuindo para um debate que pode salvar vidas e transformar a maneira como se lida com a saúde mental nas forças armadas e na sociedade em geral.
Para mais informações sobre a saúde mental dos soldados e as iniciativas para combater o suicídio, acesse: The Media Line.
