Brasil, 12 de setembro de 2025
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Legado de Armani: herança, venda de ações e futuro do império

Com a morte de Giorgio Armani aos 91 anos, o estilista deixa diretrizes para a venda de 15% de sua empresa e a sucessão do grupo.

Giorgio Armani faleceu aos 91 anos na última quinta-feira, dia 4 de setembro, deixando uma estratégia de transição para o futuro do seu império de moda. Conforme revelado em seu testamento divulgado nesta sexta-feira (12), a fundação criada pelo estilista deverá vender 15% da Giorgio Armani SpA para grupos internacionais em até 18 meses, incluindo rivais dos setores de luxo e cosméticos.

Venda de participação e nomes importantes no mercado de luxo

De acordo com o documento assinado pelo estilista, os grupos LVMH, EssilorLuxottica e L’Oréal são os principais candidatos a adquirirem essa fatia. A LVMH, líder europeu no setor de luxo com marcas como Louis Vuitton, Dior e Sephora, é liderada pelo bilionário Bernard Arnault, com uma fortuna avaliada em US$ 162 bilhões pela Bloomberg.

Já a EssilorLuxottica atua na fabricação de lentes e óculos, controlando marcas como Ray-Ban e Oakley, enquanto a L’Oréal é a maior companhia mundial de cosméticos, com marcas como Lancôme, Maybelline e Garnier. As negociações envolvem também a possibilidade de compra de até 54,9% da restante da empresa pelos grupos mencionados, num prazo de três a cinco anos.

Estrutura de controle e preservação do legado

O herdeiro principal do estilista italiano optou por manter a independência criativa e empresarial, deixando 30% das ações na posse da Fundação Armani. Caso a venda de participação ocorra, a fundação continuará com 30,1% do capital, além de 10% em ações próprias, garantindo assim uma influência significativa na administração.

A gestão da Armani será conduzida por Leo dell’Orco, braço direito do estilista, e pelos sobrinhos Silvana Armani e Andrea Camerana, que também fazem parte da diretoria. Armani destacou a importância de manter uma administração “ética, com integridade moral e correção”, além de preservar uma identidade de “estilo essencial, moderno, elegante e discreto”.

Perspectivas para o futuro

Apesar de não deixar herdeiros diretos, Armani construiu uma estrutura de sucessão sólida, com participação de familiares e colaboradores de longa data. A decisão de colocar a empresa na Bolsa, caso a venda do controle não seja concluída, reforça o objetivo de preservar sua independência.

Mesmo diante de uma receita de cerca de 2,3 bilhões de euros em 2024, o grupo enfrenta desafios por conta da desaceleração econômica global, embora permaneça altamente atrativo no mercado de moda de luxo. Nos anos recentes, Armani recusou propostas de compra de nomes como John Elkann e Gucci, preferindo assegurar seu legado através de uma gestão cuidadosa e planejada.

Com as mudanças promovidas pelo testamento, o estilista busca garantir que seu império siga com os princípios de inovação, qualidade e refinamento, mesmo após sua partida. A previsão é que as negociações e a implementação das novas diretrizes avancem nos próximos meses, determinando o rumo do grupo Armani no cenário internacional.

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