O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), traçou um novo plano para sua sucessão que pode impactar o futuro político no estado e no Brasil. A estratégia envolve a filiação do vice-governador Felício Ramuth (PSD) ao seu partido, elevando Ramuth como candidato ao Palácio Bandeirantes, enquanto Tarcísio permanece no cargo. Essa articulação surge em meio a uma temporada política intensa, com a possível candidatura de Tarcísio à presidência nas próximas eleições.
O novo plano de Tarcísio de Freitas
No primeiro semestre, a intenção de Tarcísio era apoiar André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Contudo, esse projeto enfrenta obstáculos, principalmente devido à exigência do PL para que Tarcísio se filie ao partido. O Republicanos, que deseja garantir sua influência no estado, busca uma compensação política se perder sua principal figura. O movimento de Tarcísio também visa evitar que outros candidatos ganhem força, incluindo Ricardo Nunes (MDB), Gilberto Kassab (PSD) e Guilherme Derrite (PP), candidatos frequentemente mencionados na mídia como possíveis sucessores.
Desafios na articulação política
Um dos principais desafios para o plano de sucessão é a resistência de Gilberto Kassab, que não concorda com a proposta do projeto Ramuth 2026. Tarcísio acredita que uma alternativa que pode convencer Kassab é a ideia de que ele assuma o cargo de vice-governador agora, com a perspectiva de concorrer ao governo em 2030. Essa abordagem, se bem-sucedida, poderia solidificar a aliança entre os partidos e aumentar as chances de uma candidatura forte em 2026.
O perfil de Felício Ramuth
Felício Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos e com um histórico de 28 anos no PSDB, se destacou como vice-governador ao adotar uma postura política alinhada à direita. Ele se tornou visível nas manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e começou a se posicionar em temas polêmicos, como a defesa da pauta da anistia proposta recentemente. Em uma entrevista à Folha de S. Paulo, Ramuth fez declarações controversas sobre as acusações feitas pelo ministro Alexandre de Moraes, afirmando que as alegações têm um forte viés político.
Estratégia no cenário nacional
Tarcísio não limita suas ambições apenas ao cenário paulista. Olhando para o Nordeste, ele afirmou a aliados que a direita pode reduzir a vantagem de Lula em estados como Bahia, Ceará e Maranhão. Ele planeja contar com fortes aliados como ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, e Ciro Gomes, atual ex-governador do Ceará, que pode mudar de partido em breve.
No Rio de Janeiro, seu estado natal, Tarcísio demonstra preferência por apoiar o prefeito Eduardo Paes (PSD), ao invés de outras figuras menos favoráveis ao seu projeto político. Essa decisão reflete sua estratégia de aumentar sua influência regional e nacional, consolidando sua imagem como um líder forte e experiente.
Visão de futuro
O plano de Tarcísio de Freitas para sua sucessão em São Paulo e suas tentativas de embalar uma candidatura presidencial em 2026 representam um momento crucial para a política brasileira. A estratégia de aliança, foco em lideranças regionais e articulações políticas definirá os próximos passos para Tarcísio e seu partido.
A medida que o ambiente político evolui, a articulação e reação de outros partidos e líderes políticos continuarão a moldar o cenário eleitoral, aumentando a expectativa em torno das ações de Tarcísio nos próximos meses e anos.
As próximas eleições prometem ser um divisor de águas para Tarcísio de Freitas e para o Republicanos, que labutam para manter sua influência num cenário em constante mudança.
Com a evolução da política brasileira, permanecemos atentos a novas movimentações e articulações que poderão decidir quem dominará os palanques eleitorais em 2026.