Enquanto figura no meio da tabela do Brasileirão, o Fluminense de Renato Gaúcho parece ter encontrado a fórmula de sucesso nas competições mata-mata. Em 11 jogos disputados nesse modelo, o tricolor venceu oito partidas, perdeu duas e empatou uma. Resultado: seis classificações em sete eliminatórias, sendo semifinalista do Mundial de Clubes superando gigantes europeus e asiáticos. Além disso, a equipe está nas quartas de final da Sul-Americana e nas semifinais da Copa do Brasil, após vencer o Bahia por 2 a 0 no Maracanã.
Uma fórmula de sucesso flexível
A fórmula, no entanto, não é estática. Desde o Mundial, no meio do ano, Renato tem adaptado o time nos jogos decisivos, levando em consideração as características do adversário, do local e a situação do jogo. O tricolor vem apresentando em campo uma combinação de intensidade, controle de posse e pragmatismo defensivo. Essa flexibilidade tática foi evidente durante a campanha no Mundial, onde Renato escalou a equipe com três zagueiros contra a Inter de Milão, usando Thiago Silva, Freytes e Ignácio, além de laterais recuados para dar estabilidade defensiva.
Desafios e adaptações pós-Mundial
Após o retorno ao Brasil e às competições nacionais e continentais, o Fluminense teve que se adequar às suas limitações. A saída de Jhon Arias para o futebol inglês e as lesões de Thiago Silva e Ignácio foram desafios a serem superados. Com um elenco encurtado e uma sequência de jogos decisivos pela frente, Renato não hesitou em tomar decisões que, vez por outra, contrariam a torcida. A rotação do elenco se tornou uma estratégia chave; muitas vezes, o tricolor não entra em campo com seu time titular nas partidas do Brasileirão, como nos confrontos recentes contra o Bragantino e o Bahia, que antecederam jogos importantes na Copa do Brasil e na Sul-Americana.
Estratégias para a vitória
Sem a opção dos três zagueiros por falta de jogadores, o técnico garantiu a força defensiva do time com um meio-campo sólido formado por Martinelli, Hércules e Nonato. Embora não seja um trio criativo, eles oferecem disposição e combatividade. No ataque, Serna, Cannobio e Everaldo têm a responsabilidade não só de marcar, mas de manter a intensidade do jogo.
Este modelo se mostrou eficaz nas copas decididas jogo a jogo. O Fluminense tem demonstrado habilidade em jogar conforme a necessidade, como no segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil, onde precisava apenas de um empate com o Internacional para avançar. Após sair atrás no placar, o time buscou o empate e manteve o resultado até o fim.
Confrontos decisivos pela frente
Na partida mais recente, o Fluminense precisava vencer o Bahia por 2 a 0 para garantir a classificação às semifinais da Copa do Brasil, e a estratégia foi bem-sucedida. Com uma postura ofensiva, o tricolor pressionou e, após abrir o placar, buscou o gol da classificação, que veio com uma cabeçada de Thiago Silva.
Agora, Renato Gaúcho se prepara para os próximos desafios. No próximo confronto pelo Brasileiro, o Fluminense medirá forças com o Corinthians. Ambas as equipes são semifinalistas da Copa do Brasil e podem se encontrar novamente nas decisões dos torneios, uma vez que a CBF antecipou o término do campeonato nacional, levando ao adiamento da fase eliminatória.
Impactos no calendário e na carga de jogos
Com as mudanças no calendário, as semifinais da Copa do Brasil estão marcadas para os dias 10 e 14 de dezembro. Caso cheguem à final, as equipes poderão se enfrentar em jogos decisivos nos dias 17 e 21 do mesmo mês. O Fluminense, que já garantiu 77 jogos para 2025, poderia ultrapassar o recorde do Fortaleza, que em 2023 disputou 78 partidas, caso avance nas finais da Copa do Brasil e da Sul-Americana.
Renato Gaúcho, crítico do desgaste físico causado pela maratona de jogos, tem afirmado que não deixará o Campeonato Brasileiro de lado. No entanto, a preservação de titulares em jogos de campeonato tem sido uma prática constante, e isto poderá ocorrer novamente no próximo jogo contra o Corinthians, especialmente com a equipe se preparando para enfrentar o Lanús, na terça (16), na Argentina, pelas quartas da Sul-Americana.
Do outro lado, o Corinthians também tem um calendário disputado, já garantindo 72 jogos em 2025 e buscando avançar na Copa do Brasil, enquanto ainda precisa focar no Brasileiro, onde ainda luta por uma vaga na Libertadores.