A atriz Nina Dobrev, que interpretou Elena Gilbert na série “The Vampire Diaries” (TVD), revelou nesta semana que deixou o elenco por motivos que vão além do roteiro. Em entrevista a um livro de Samantha Highfill, editora de Entertainment Weekly, Nina explicou que sua saída ocorreu por questões de desigualdade salarial e exploração no trabalho.
O conflito salarial na produção de “The Vampire Diaries”
Nina, que tinha apenas 20 anos quando o sucesso do CW começou em 2009, contou que lutava por uma remuneração justa. Apesar de interpretar a protagonista e múltplas doppelgängers de Elena, ela recebia menos que seus colegas masculinos, Ian Somerhalder e Paul Wesley, que interpretavam Damon e Stefan Salvatore. Segundo ela, as horas extra e a quantidade de cenas exigiam mais do que era previsto inicialmente em contrato.
“Minha carga de trabalho era o dobro, com mais cenas e linhas para memorizar. Queria ser paga de forma igual, especialmente por interpretar vários personagens”, afirmou Nina ao Hollywood Reporter. Mesmo após negociações, Nina revelou que seu salário nunca atingiu a paridade com Ian e Paul, que eram os principais atores.
O retorno para o final e a luta por justiça
Em 2017, Nina retornou para o episódio final da oitava temporada, após deixar a série na sexta, quando sua personagem foi colocada em um sono profundo. Antes de aceitar voltar, ela afirmou que exigiu salários similares aos dos colegas masculinos, rejeitando uma oferta inicial que, segundo ela, era “cinco vezes menor” que seu último valor na temporada anterior.
“Foi uma questão de princípio, não de dinheiro. Eu queria que fosse justo. Se não fosse, não voltaria”, explicou Nina. A atriz destacou que sua decisão de se posicionar foi fundamental para garantir uma remuneração adequada, mesmo que isso tenha quase feito ela não participar do episódio final.
Reação dos fãs e impacto na indústria
Os comentários nas redes sociais refletiram a indignação. “Isso é revoltante. Ela trabalhou até de madrugada com cenas difíceis e ainda assim a pagaram menos que os homens?”, questionou um fã no Reddit. Outros reforçaram que Nina, como protagonista, deveria ter sido a mais bem remunerada desde o começo.
Especialistas apontam que histórias como a de Nina não são incomuns na indústria do entretenimento, onde questões de igualdade salarial ainda prevalecem. Samantha Highfill comentou que, geralmente, atores iniciam negociações apenas no terceiro ano de contrato, o que explica a disparidade salarial inicial.
“O mais doloroso foi sentir que todo esforço, sangue, suor e lágrimas não eram reconhecidos adequadamente pelo estúdio”, desabafou Nina. Além do aspecto financeiro, ela revelou que a falta de reconhecimento a fez questionar seu valor na produção e a sentir-se injustamente tratada.
Desfecho e legado
Apesar das dificuldades, Nina conseguiu fazer valer seus direitos, retornando para um momento importante na história de TVD. Sua postura serviu de exemplo para movimentos por direitos iguais de atores na indústria, incentivando debates sobre remuneração justa e valorização do talento feminino.
“Foi difícil, mas necessário. Quero que as futuras gerações saibam que é importante lutar por respeito e dignidade no trabalho”, concluiu Nina.
Ficou claro que, além do talento, Nina Dobrev mostrou que a luta por igualdade pode fazer a diferença, mesmo em um universo tão competitivo quanto Hollywood.
