Quem cresceu na década de 2010 provavelmente acompanhou YouTubers de beleza e lifestyle que, sem perceber, promoviam hábitos alimentares e de beleza que hoje parecem estranhos ou até prejudiciais. De rotinas de maquiagem até hacks de emagrecimento, muitas dessas tendências confirmam como a cultura de dieta e a busca pela estética impactaram adolescentes na época.
Rotinas de beleza enérgicas nas manhãs atarefadas
Bethany Mota, uma das maiores influenciadoras da época, compartilhava rotinas matinais que incluíam maquiagem completa, cabelos ondulados e acessórios, mesmo em dias de “sacc” ou corridas para a escola. Ela chegou a mostrar no YouTube como fazia seu “dia de folga” com maquiagem pesada e looks estilizados antes de sair para fazer compras de sorvete, uma rotina que soava comum na época.
Outras rotinas post-ginástica também eram marcantes: após uma aula de educação física, garotas corriam para retocar blush, batom e até fazer penteados rápidos, reforçando a cultura de estética instantânea mesmo em dias agitados.
Decor DIY e criatividade com lata de refrigerante
Além da beleza, muitas influenciadoras, como Bethany, ensinavam truques simples para decorar ambientes, como transformar latas de chá em câmeras retrô — uma dica criativa que, no entanto, acabou causando pequenos acidentes entre fãs que tentaram reproduzir o efeito em casa.
Dietas rápidas e hacks duvidosos
De dicas de perda de peso a truques absurdos
Irreverentes, Niki e Gabi DeMartino compartilharam que, para saciar uma vontade de pizza, o melhor era comer meia fatia, substituindo o excesso por opções mais leves — uma prática que reforçava a cultura de restrição alimentar dos anos 2010.
Eva Gutowski, MyLifeAsEva, também divulgou receitas de saladas que, por sua vez, eram criticadas por serem pouco nutritivas, como a famosa “salada de folhas em pote”, origem de muitas risadas e críticas na internet moderna.
Hacks de emagrecimento que não envelheceram bem
Wengie, outra influencer, sugeria diminuir a temperatura do ambiente ou usar pratos menores para enganar o cérebro e comer menos — dicas que, embora populares na época, demonstram como a obsessão por controle alimentar era preocupante.
Ela também incentivava a assistir vídeos divertidos ou assustadores na esperança de que isso queimasse calorias, reforçando o culto à queima de calorias de formas cada vez mais inusitadas. Estudos, no entanto, já mostraram que rir intensamente pode queimar cerca de 100 calorias por hora, enquanto ver filmes de terror ajudaria a gastar cerca de 180 calorias, o que dá uma noção de quão longe dessas ideias absurdas podemos estar hoje.
Hacks de beleza caseira e substitutos improváveis
Rachel Levin, a Rclbeauty, ficou famosa por compartilhar como fazer bronzeador com cacau em pó, usar blueberries como máscara de máscara de cílios e até transformar lápis de cor em delineador. Tais dicas, na época, eram vistos como inovadores, mas hoje parecem bastante questionáveis.
Reflexões finais e impacto cultural
Seja através de rotinas de maquiagem exageradas, truques de emagrecimento ou hacks de beleza caseira, as influenciadoras dos anos 2010 moldaram uma cultura que, revisitada agora, revela o quanto a busca pela estética muitas vezes se sobrepôs à saúde e ao bem-estar real dos jovens. Essa retrospectiva é um lembrete do quanto o autocuidado deve ser baseado em práticas saudáveis e sustentáveis, ao invés de filtros e dicas rápidas.
Você consegue lembrar de outras coisas “normais” da época que, hoje, parecem bem estranhas? Compartilhe conosco nos comentários.