Na noite desta quinta-feira (11), em Brasília, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), se reunirão com o líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), para discutir o projeto de anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro. A oposição pressiona para que a pauta seja apresentada na Câmara na próxima semana, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua suposta participação em uma trama golpista, que ganhou repercussão após a formação de uma maioria na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A urgência do projeto de anistia
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, enfatizou a urgência da discussão sobre a anistia, afirmando que a proposta deve contemplar Bolsonaro. Sóstenes Cavalcante espera alinhar, nesta reunião, o nome do relator do projeto na Câmara, sendo provável que o cargo fique com um parlamentar de centro, a fim de garantir maior apoio e viabilidade. Além disso, Valdemar tem se mobilizado para firmar um apoio formal com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP). A articulação com o Senado ficará sob a responsabilidade do senador Rogério Marinho (RN), que se reunirá com Davi Alcolumbre.
Contrapontos e articulações no Senado
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, tem manifestado resistência à proposta de anistia que busca incluir envolvidos em atos golpistas, que poderia beneficiar Bolsonaro. Em declarações, Valdemar reiterou a necessidade de seguir em frente com a anistia, ressaltando que “não há opção que não englobe colocar o Bolsonaro nesse projeto.” Ele analisou a situação política atual como desafiadora, dada a oposição entre o governo e o STF, que, segundo ele, “gera uma força muito grande”.
Condenação de Jair Bolsonaro pelo STF
No mesmo dia, a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin, do STF, fizeram parte da decisão que resultou na condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus por diversos crimes, com destaque para organização criminosa e tentativa de golpe de estado. Cármen Lúcia enfatizou que Bolsonaro atuou como líder da organização criminosa, o que leva a uma repercussão significativa na política brasileira.
Além disso, a investigação foi considerada robusta, reunindo provas suficientes para sustentar a acusação de tentativa de ruptura institucional. A ministra argumentou que o grupo liderado por Bolsonaro tinha como objetivo minar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e interferir no funcionamento dos Poderes Constitucionais, especialmente no Judiciário.
A nova realidade política brasileira
Com a condenação de Bolsonaro, o cenário político brasileiro passa por um momento decisivo. A proposta de anistia emerge como uma tentativa de reverter potenciais consequências legais enfrentadas por figuras do governo anterior. O apoio entre os partidos deve ser consolidado para que a anistia avance em meio a um ambiente político tenso e polarizado.
As próximas semanas serão cruciais para observar como essas articulações se desenrolarão e qual será a resposta da base política em relação à proposta da anistia, especialmente considerando a pressão da oposição e o histórico recente de condenação de lideranças políticas no Brasil. O resultado dessas negociações poderá impactar significativamente o futuro do ex-presidente e de outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
Com tudo isso em jogo, a atuação dos presidentes dos partidos, incluindo a dinâmica entre o PL e o STF, terá um papel fundamental na moldagem do futuro político do Brasil.
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