Brasil, 11 de setembro de 2025
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Vendas do comércio varejista caem 0,3% em julho, quarta queda consecutiva

O setor de varejo registrou queda de 0,3% em julho, refletindo o impacto do aumento das taxas de juros na economia e no crédito ao consumidor

As vendas do comércio varejista brasileiro tiveram uma redução de 0,3% em julho, em comparação a junho, conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Esta foi a quarta queda consecutiva no setor, indicando uma desaceleração da atividade econômica no período.

Segmentos mais afetados e contexto econômico

Os segmentos que mais sofreram quedas foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-2,9%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%). A economista Georgia Veloso, do FGV Ibre, destaca que a maior queda na PMC ocorreu justamente no setor de escritório e informática, altamente dependente de crédito.

Segundo Veloso, a alta da taxa Selic e a expectativa de continuidade de juros elevados dificultam o crédito ao consumidor, limitando novos endividamentos. “Esse cenário traz pontos negativos para esses segmentos, especialmente aqueles dependentes de crédito”, afirmou a economista.

Impacto da inflação e perspectivas para hiper e supermercados

Por outro lado, o setor de hiper e supermercados, que durante muito tempo sustentou os resultados do comércio, enfrenta uma trajetória de queda. Em sete meses, esse setor apresenta apenas dois resultados positivos, com uma redução de 1,2% em quatro meses consecutivos. A possibilidade de arrefecimento da inflação pode melhorar a situação, mas os demais segmentos continuam enfrentando o desafio do crédito restrito, aponta Georgia Veloso.

Varejo ampliado registra leve avanço, mas com sinais de esfriamento

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, material de construção e atacado de produtos alimentícios, cresceu 1,3% em julho. Contudo, essa performance é vista com ressalvas pela economista do FGV Ibre, Luís Leal, já que o resultado é minimizado pela forte queda de 3,1% registrada em junho. Ele observar que, no acumulado do ano, o setor apresenta redução de 0,2%, indicando perda de vigor.

Leal acrescenta que, apesar de uma alta de 1,1% na comparação em 12 meses, essa métrica havia sido de 3,7% ao final de 2024. “Os indicadores antecedentes de agosto indicam um cenário pouco auspicioso para o comércio ampliado neste semestre”, avalia.

Incertezas e efeitos no mercado de trabalho

Georgia Veloso também reforça que há muitas incertezas quanto ao impacto completo dessas tendências na economia, especialmente no mercado de trabalho. Empresários estão ajustando escalas para evitar demissões, mas a continuação da desaceleração pode afetar a renda das famílias e aprofundar o ritmo de esfriamento econômico.

Segundo o relatório, o aumento dos juros e a possível interrupção das exportações para os Estados Unidos, devido ao tarifaço americano, podem influenciar negativamente o mercado de trabalho brasileiro, aumentando o receio de uma desaceleração mais acentuada.

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