Nos últimos dias, muitos bairros do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana têm enfrentado um problema preocupante: longos períodos sem conexão de internet. Moradores de localidades como Várzea das Moças, em Niterói, relatam que o serviço ficou indisponível por pelo menos duas semanas. A situação alarmante é resultado da ação de criminosos que cortam os cabos das operadoras legalizadas, obrigando os residentes a contratar serviços de provedores clandestinos, muitas vezes associados ao tráfico ou à milícia.
Relatos de interrupções e imposições
Os relatos dos moradores são desoladores. Segundo eles, ao tentarem solicitar reparos para o restabelecimento da internet, recebem mensagens-padrão das operadoras informando que a situação de insegurança no local impossibilita o envio de técnicos. Em um comunicado divulgado, as operadoras ilustram a seriedade da situação, enfatizando a falta de segurança em várias áreas do estado.
O fenômeno da imposição de provedores clandestinos se espalha rapidamente, sendo visível em diferentes regiões, incluindo São João de Meriti, onde panfletos oferecem planos de internet de empresas que, segundo os moradores, são “indicadas” por criminosos. Um morador de Niterói relatou em um áudio que, na última sexta-feira, o serviço de internet de todas as operadoras foi cortado sem aviso prévio. Ele enfatizou que as empresas haviam informado que não poderiam realizar os reparos devido a questões de segurança e que um boletim de ocorrência já havia sido registrado.
Impacto na vida dos moradores
As dificuldades não param por aí. Moradores de diversos outros bairros estão enfrentando situações semelhantes de falta de internet. Um residente de Santíssimo mencionou que está sem internet desde o dia 20 de junho, apesar das diversas tentativas de contato com a Anatel e o registro de reclamações. Em Bangu, outra moradora revelou que o Catiri permanece sem internet há uma semana, resultado da proibição imposta por criminosos que impedem a entrada das operadoras legais.
O caso é ainda mais crítico para aqueles que trabalham em home office, como uma moradora de Pilares que afirmou estar sem internet e sem alternativas viáveis, já que todos os cabos da sua área foram cortados pelos milicianos. “Na Rua Álvaro de Miranda, já são sete dias sem internet. Os milicianos cortaram todos os fios e só deixam passar o serviço deles. Estou sem alternativa para trabalhar”, desabafou.
Posicionamento das autoridades
Diante dessa crise que assola várias comunidades, as instituições estão sendo chamadas a agir. A Conexis, uma associação que representa empresas de telecomunicações, declarou que o bloqueio das equipes prestadoras de serviço em áreas afetadas compromete a manutenção e instalação dos equipamentos. A associação enfatizou a necessidade de uma ação coordenada de segurança pública para combater esse tipo de crime, que segue se expandindo na cidade.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que está atuando ativamente para combater a exploração ilegal do serviço de internet no estado. Apesar dos esforços, a realidade vivida pelos moradores continua a ser desafiadora. A ausência de internet não só dificulta a comunicação, como também a possibilidade de trabalho e, por consequência, a renda de muitas famílias que dependem do serviço.
Perspectivas futuras e solução para o problema
O cenário é grave e preocupante, refletindo uma realidade densa e complexa em várias comunidades do Rio de Janeiro e Niterói. A imposição de serviços clandestinos de internet por grupos criminosos não apenas fere o direito à comunicação, como também retira a autonomia dos cidadãos. A solução para esse problema exigirá um compromisso contínuo das autoridades e a mobilização de esforços para garantir a segurança necessária para que as operadoras possam atuar livremente e restaurar o serviço de internet aos moradores que dependem dele.
A continuidade dessa situação representa não só um problema de conectividade, mas também uma questão social que exige atenção e ações concretas para garantir o direito à um serviço essencial e básico na era digital.
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