No litoral do Piauí, a Polícia Civil deflagrou a operação “Laverna”, que investiga três influenciadoras digitais por suposto envolvimento em crimes virtuais. Thaisa Costa Machado, Tereza Iva Gomes Freitas e Emília Magalhães Brito, todas de Parnaíba, foram apontadas como promotoras de plataformas de apostas ilegais, especificamente o polêmico “Jogo do Tigrinho”. A investigação levantou suspeitas sobre suas práticas e acabou revelando uma vida de ostentação, com bens avaliados em cifras exorbitantes.
A vida de luxo das influenciadoras
A operação teve início em junho do ano passado, após a Polícia Civil notar o estilo de vida luxuoso que as influenciadoras promovem em suas redes sociais. Juntas, elas acumulam cerca de 1 milhão de seguidores, que, segundo a polícia, podem ter sido induzidos a participar de jogos de azar que prometem ganhos rápidos. De acordo com o delegado Ayslan Magalhães, a movimentação financeira decorrente dessa divulgação chegou a impressionantes R$ 10 milhões em apenas um ano.
Entre os itens apreendidos durante a operação, destaque para uma BMW X1M Sport avaliada em aproximadamente R$ 318 mil, um Honda Civic de R$ 98 mil e um Jeep Compass custando em torno de R$ 100 mil. Além dos veículos, a polícia confiscou uma série de joias, bolsas de grife e sapatos, todos que simbolizam o padrão de vida elevado das influenciadoras investigadas.
As implicações legais
Embora nenhuma das influenciadoras tenha sido presa, todas foram intimadas a prestar depoimento. A operação “Laverna” investiga potencialidades criminal como estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, divulgação de loteria ilegal, e indução ao erro do consumidor. A gravidade das acusações ressalta a responsabilidade dessas influenciadoras perante sua audiência on-line, que pode ter sido, direta ou indiretamente, afetada por suas ações.
A operação “Laverna”
O nome da operação foi escolhido em alusão à deusa romana Laverna, que personifica o submundo e as práticas clandestinas. Isso reflete o caráter oculto das ações investigadas, que envolvem não só estratégias de marketing agressivas, mas também um profundo entendimento das vulnerabilidades do público-alvo, que busca por oportunidades de ganho rápido, muitas vezes sem considerar os riscos envolvidos.
O impacto e a pertinência dessa investigação também levantam questionamentos sobre a regulamentação das influências digitais e a responsabilidade dos influenciadores em relação às suas promoções. A linha entre o marketing de influência e a promoção de práticas ilegais pode ser tênue, e a sociedade precisa estar ciente das possíveis consequências de se envolver com plataformas não regulamentadas.
A Polícia Civil segue seu trabalho em averiguar os desdobramentos do caso e auxiliar na proteção do consumidor em face à crescente presença de jogos de azar nas redes sociais, um fenômeno que, se não controlado, pode trazer danos significativos à população, especialmente aos jovens impressionáveis.
Em um mundo cada vez mais conectado, onde as redes sociais desempenham um papel crucial na formação de opiniões e comportamentos, o caso das influenciadoras do “Jogo do Tigrinho” é um alerta sobre a importância de práticas éticas e transparentes na promoção de produtos e serviços, especialmente aqueles que podem impactar financeiramente os consumidores.
A investigação ainda está em seus estágios iniciais, e a Polícia Civil está focada em coletar mais evidências. O desdobramento e as consequências legais de “Laverna” poderão redefinir o horizonte das influenciadoras digitais, uma vez que exemplos como este podem influenciar não apenas a legislação, mas também a forma como o público interage com essas figuras nas mídias sociais.