Brasil, 11 de setembro de 2025
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Ministro Luiz Fux vota pela absolvição de Jair Bolsonaro no STF

Luiz Fux decide em votação na Primeira Turma do STF pela absolvição de Jair Bolsonaro por falta de provas na Ação Penal 2.668.

O cenário jurídico brasileiro foi agitado na última quarta-feira (10/9), quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, anunciou seu voto pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro nos cinco crimes atribuídos na Ação Penal 2.668, que investiga uma suposta trama golpista. O resultado até o momento aponta um placar de 2 a 1 pela condenação, com os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votando pela culpabilidade de Bolsonaro.

A decisão do ministro Fux

Na sua análise, Fux argumentou que a acusação não apresentou evidências concretas da participação de Bolsonaro na orquestração de um golpe de Estado. Um dos principais pontos levantados pelo ministro foi a ausência de documentos que comprovassem as reuniões que supostamente se sucederam para articular a trama golpista: “A acusação não logrou indicar exatamente qual documento teria sido apresentado e discutido nesta reunião”, destacou Fux.

O ex-presidente enfrenta acusações de crimes graves, dentre os quais se destacam:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

De acordo com Fux, as provas apresentadas não foram suficientes para caracterizar a atuação criminosa de Bolsonaro. Ele se mostrou cético quanto às entrevistas e declarações do ex-presidente que, mesmo que controversas, não configuram, segundo sua visão, uma “adequação típica criminal”. “A simples defesa do sistema de mudança de votação não pode ser considerada narrativa subversiva”, argumentou o ministro.

Reação e implicações do julgamento

O julgamento não se restringe apenas ao ex-presidente. Outros sete réus estão também envolvidos na Ação Penal 2.668, que inclui nomes proeminentes como Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, e Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. A decisão de Fux em absolver Bolsonaro levantou reações diferentes no cenário político, com algumas figuras expressando indignação. De acordo com um deputado que se manifestou sobre o caso, o voto de Fux foi considerado “vergonhoso”.

A expectativa em torno do desfecho do julgamento continua alta. A Primeira Turma do STF ainda conta com os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, cujo voto ainda pode influenciar o resultado final. Os dois ministros devem se pronunciar em breve, mas o aguardo pela definição da pena persiste, uma vez que a condenação precisa ser decidida coletivamente.

Os argumentos da acusação

A Procuradoria-Geral da República (PGR) fundamentou sua acusação em várias áreas, alegando que a conduta de Bolsonaro estava inserida em um contexto de ações que buscavam fraudar a ordem democrática. A PGR argumentou que a proposta de destituição de candidatos, através de alegações infundadas sobre o sistema eleitoral, se configura como uma violação grave. No entanto, para Fux, este entendimento não se sustentava, pois carecia de uma evidência concreta de planejamento e execução. “O réu está sendo acusado por um documento cujo teor exato não é conhecido, de origem incerta e apresentado em uma reunião da qual nem participou”, foi a avaliação dele.

Além de balizar seu voto na falta de provas, Fux considerou que a crítica ao sistema político não pode ser criminalizada, reforçando que a liberdade de expressão é um pilar do Estado democrático. “Não constitui crime previsto na abolição violenta a manifestação crítica aos Poderes constitucionais”, enfatizou.

O papel da Primeira Turma do STF

Com a votação de Fux, as atenções se voltam para a continuidade do processo, especialmente considerando o impacto político desta decisão no cenário atual e as possíveis consequências jurídicas para os demais réus. O julgamento da Ação Penal 2.668 não trata apenas das responsabilidades de Bolsonaro, mas se desenha como um importante capítulo na história jurídica brasileira, refletindo a complexidade das interações entre a política e a lei em tempos de polarização.

À medida que a Primeira Turma avança em suas deliberações, o país observa atentamente cada desdobramento. O STF deste momento arquitetará não apenas as responsabilidades individuais de seus membros, mas também delineará as direções possíveis para a democracia no Brasil.

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