Na última semana, a amante do médico Luiz Antonio Garnica, atualmente detido sob suspeita de assassinar sua esposa, Larissa Rodrigues, envenenada em Ribeirão Preto (SP), solicitou permissão à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para visitá-lo na prisão. O pedido foi feito com base em uma declaração de união estável, segundo informou o advogado da acusada, Henrique Berge.
Pedido de visitação e declaração de união estável
A documentação apresentada por Letícia Camilo Laurindo é específica para a regularização de visitas ao preso. O advogado ressalta que essa declaração não possui a mesma validade jurídica de um registro em cartório, mas é um procedimento padrão da SAP que possibilita a visitação. “Essa declaração serve justamente para liberar as visitas. Ela não tem o valor de união estável feita em cartório, mas tem efeito ali para questão de visitação”, explica Berge.
Atualmente, Letícia não pode visitar Garnica devido às restrições do sistema prisional, que permite apenas a visita de familiares ou parceiros que estejam em uniões reconhecidas por lei. “A declaração da SAP de união estável, no caso da Letícia, é uma questão mais de regularização para poder visitar o Luiz na penitenciária”, completa o advogado.
O casal está junto há aproximadamente um ano e meio, o que justifica o desejo de Letícia de estar ao lado do companheiro durante esse momento delicado. A SAP ainda não se pronunciou oficialmente sobre a autorização da visita, que será analisada juntamente com outros documentos apresentados.
O sentimento do promotor sobre o caso
Marcus Túlio Nicolino, promotor responsável pelo caso, alegou que ainda não tomou conhecimento do pedido de visita, mas já expressou sua opinião sobre a declaração de união estável. Ele acredita que esse documento reforça a suspeita do Ministério Público de que Garnica desejava afastar Larissa para manter o relacionamento com Letícia. “A motivação do crime passa por se remover um obstáculo que Larissa representava para a união dos dois”, afirma Nicolino.
A prisão de Luiz Antonio Garnica ocorreu em março deste ano, em decorrência da morte de sua esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues. As investigações apontam que Larissa foi envenenada com uma substância chamada chumbinho, e tanto Garnica quanto sua mãe, Elizabete Arrabaça, são acusados de feminicídio qualificado. O crime teria sido motivado por interesses financeiros e a vontade de evitar uma partilha de bens em um eventual divórcio, como indica o Ministério Público.
A linha do tempo do crime
De acordo com as informações obtidas pela Polícia Civil, Larissa começou a ser envenenada após descobrir a traição de seu marido. O inquérito revela que ela estava ciente do relacionamento extraconjugal e, na véspera de sua morte, enviou uma mensagem a Garnica manifestando sua intenção de procurar um advogado para iniciar o divórcio.
Os envolvidos no caso, conforme a defesa, afirmam que os dados de geolocalização do celular de Garnica, juntamente com os depoimentos dele e de Letícia, confirmam que estavam juntos na noite anterior à morte de Larissa. No entanto, no dia seguinte, ele teria encontrado a esposa já sem vida em seu apartamento.
Letícia é uma das 24 testemunhas convocadas para as audiências de instrução do caso. Seu depoimento está agendado para o dia 10 de outubro no Fórum de Ribeirão Preto, quando o juiz decidirá se o médico e sua mãe serão levados a júri popular.
A história choca a sociedade e levanta questões sobre a dinâmica de relacionamentos complicados e seus desfechos trágicos. A expectativa agora recai sobre a decisão da SAP em relação ao pedido de Letícia, que, independentemente de seu impacto no caso, revela facetas humanas por trás de um crime horrendo.
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