O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira (10) a criação de um projeto de lei conhecido como PL do futebol feminino. A proposta, que será enviada ao Congresso Nacional na sexta-feira (12), visa garantir incentivos à modalidade e atuar no combate ao machismo presente no esporte. Este anúncio foi feito durante um encontro com jogadoras e integrantes da comissão técnica que se destacaram na última Copa América Feminina, onde o Brasil conquistou o título ao vencer a Colômbia nos pênaltis.
Igualdade de Direitos no Futebol
Durante o evento, Lula enfatizou a importância do projeto ao afirmar que ele garantirá às organizações de futebol feminino os mesmos direitos e benefícios que atualmente são conferidos às equipes masculinas. Isso incluirá, entre outros, o acesso a recursos financeiros adequados. “É preciso criar um ambiente que favoreça a prática do futebol feminino desde a base, por meio de parcerias entre escolas, universidades e clubes”, destacou o presidente, que frisou a necessidade de capacitar talentos jovens.
Além do incentivo financeiro, o projeto também irá combater a discriminação, a intolerância e a violência contra mulheres no esporte. Lula refletiu sobre a problemática do reconhecimento das atletas, ressaltando que “no Brasil, quando um atleta se torna famoso, não falta patrocínio, mas é necessário assegurar o suporte a essas atletas antes que alcancem esse reconhecimento”.
Criação da Universidade do Esporte
Outro ponto abordado por Lula foi a criação de uma Universidade do Esporte, que funcionará como uma instituição pública voltada para aprimorar a formação de atletas. “Não é só para ensinar esportes, mas para desenvolver as habilidades dos atletas brasileiros”, afirmou o presidente. Ele mencionou que um grande evento será realizado para anunciar oficialmente a criação da universidade, com a colaboração da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a necessidade de recursos financeiros da entidade.
Lula ainda lembrou a realização da Copa do Mundo de Futebol Feminino no Brasil, programada para 2027, e expressou sua esperança de que o desempenho da seleção na Copa América se repita na Copa do Mundo.
Propostas Inovadoras para o Futebol Feminino
O ministro do Esporte, André Fufuca, também presente ao evento, reforçou a evolução do futebol feminino e ressaltou a importância do projeto de lei, que irá remodelar legislações existentes e apresentar novas propostas para o desenvolvimento da modalidade. “Estamos trabalhando em uma lei específica que atenda as necessidades do futebol feminino,” disse ele.
Um dos objetivos deste novo projeto é aumentar o profissionalismo no futebol feminino. Atualmente, cerca de 80% das atletas brasileiras atuam em nível amador. Com a nova legislação, os clubes que estiverem nas principais divisões do futebol somente poderão contar com um número limitado de atletas amadoras, fixado em quatro por equipe. Esta medida visa promover uma carreira mais profissional, Além disso, os direitos das atletas serão assegurados em casos de gravidez, proporcionando a elas proteção tanto durante quanto após a gestação.
Momentos de Orgulho e Compromisso com o Futebol
A jogadora Claudia Luana, que defende a seleção feminina e joga pelo Fluminense-RJ, expressou seu orgulho em representar o Brasil. “É um sentimento único ganhar um título pela seleção e vestir esta camisa. Palavras não dizem o quanto isso significa para nós”, declarou.
A coordenadora técnica de Seleções Femininas da CBF, Cristiane Gambaré, ADICIONOU que a entidade está comprometida em apoiar as atividades do futebol feminino e que para isso precisa do apoio e colaboração do governo federal, assim como de governadores e senadores. “Estamos trabalhando para garantir que o próximo evento seja um grande sucesso”, concluiu Cristiane.
Com este novo projeto de lei e as iniciativas propostas, espera-se que o futebol feminino no Brasil alcance novos patamares e tenha o reconhecimento que merece em um espaço historicamente dominado por homens.