Brasil, 11 de setembro de 2025
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Tudo o que você precisa saber sobre a doença do “barbeiro”

A doença de Chagas, potencialmente fatal, tem se espalhado silenciosamente nos Estados Unidos; saiba como proteger-se.

Milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com a doença de Chagas, uma enfermidade parasitária que pode permanecer assintomática por anos após a infecção inicial. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 280 mil indivíduos convivam com a condição, de acordo com o CDC, embora o país não seja considerado endêmico para a doença, ao contrário de 21 outros países nas Américas.

Endemia ou não? A crescente preocupação com a doença de Chagas nos EUA

Especialistas em saúde pública argumentam que o status de não-endêmico dos Estados Unidos para a doença de Chagas deve ser revisado. Um estudo recente, publicado na revista CDC Emerging Infectious Diseases, aponta que os “barbeiros”, conhecidos como “kissing bugs”, têm sido encontrados em 32 estados do país. Os pesquisadores afirmam que, apesar de os dados atuais serem insuficientes para afirmar que a presença desses insetos está aumentando, há uma tendência de maior reconhecimento desses insetos devido ao contato frequente com humanos e ao aumento na atenção dos estudos.

Segundo os autores do estudo, rotular os EUA como não-endêmico contribui para o baixo nível de conscientização e subnotificação dos casos, dificultando ações de controle. “A presença cada vez maior de barbeiros que transmitem o parasita desafia essa classificação”, ressaltam os especialistas.

O que é a doença de Chagas e como ela é transmitida

A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi. O parasita é transmitido principalmente pelo inseto triatomíneo, conhecido popularmente como “barbeiro” ou “kissing bug”, explica a Mayo Clinic. Quando esses insetos se alimentam de sangue de animais infectados, eles podem ingerir o parasita, tornando-se vetores da doença.

Normalmente, os barbeiros picam as pessoas enquanto dormem, defecando após a picada. As fezes do inseto, que podem conter o parasita, entram em contato com a pele ou mucosas humanas, especialmente nos olhos, boca ou feridas abertas, facilitando a infecção.

Formas de infecção e fatores de risco

A doença de Chagas não é transmitida de pessoa para pessoa diretamente, mas há outros fatores de risco. Esses incluem o consumo de alimentos crus contaminados com as fezes de barbeiros infectados, doação de sangue ou órgãos de alguém infectado, ou estar em ambientes com animais selvagens portadores do parasita. Segundo o CDC, as formas de transmissão indireta podem dificultar o controle da doença, especialmente em regiões onde a presença dos insetos ainda não é bem reconhecida.

Prevenção e conscientização

Por ser muitas vezes assintomática nos estágios iniciais, a doença de Chagas pode passar despercebida por anos. Por isso, a conscientização sobre os riscos e formas de prevenção é fundamental. Medidas incluem evitar áreas com alta presença de barbeiros, dormir em ambientes livres de insetos e verificar se há sinais de infecção em doadores de sangue e órgãos.

Perspectivas de pesquisa e ações futuras

Especialistas ressaltam a importância de ampliar os estudos sobre a presença do vetor e do parasita nos EUA. A maior atenção à doença de Chagas pode facilitar o diagnóstico precoce e reduzir a incidência de casos graves. Segundo o Ministério da Saúde, o fortalecimento do monitoramento e a educação da população são essenciais para controlar a disseminação.

A compreensão do impacto real da doença de Chagas nos Estados Unidos ainda está em desenvolvimento, mas novas evidências sugerem que o país pode precisar reavaliar sua classificação de não-endêmico para melhor enfrentar a ameaça.

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