Brasil, 10 de setembro de 2025
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Possível ação militar dos EUA contra a Venezuela é debatida

A administração Trump considera opções militares contra a Venezuela se o governo Maduro não combater cartéis de drogas.

Na última semana, fontes militares revelaram que a administração Trump está avaliando possíveis ações militares contra a Venezuela, caso o regime de Nicolás Maduro não intensifique suas medidas contra cartéis de drogas. Essa análise ocorre em meio a crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, especialmente com relatos de aeronaves militares venezuelanas se aproximando de navios da Marinha americana no Caribe.

Atividades militares na região do Caribe

Recentemente, jatos da força aérea venezuelana sobrevoaram navios da Marinha dos EUA que estavam se reunindo ao norte da Venezuela. Um dos principais objetivos de uma possível operação militar seria desativar um campo de aviação na Venezuela, considerado por especialistas como uma das operações de menor risco, caso ocorra uma escalada das ações contra o país. Exercícios militares como o Emerald Warrior 25.2, realizado em agosto, incluíram simulações de missões executadas por comandos da Força Aérea, que demonstraram a capacidade de tomar rapidamente o controle de um aeroporto na ilha St. Croix.

Comandos da Força Aérea se aproximam de St. Croix em exercício militar

Fontes do Departamento de Defesa informaram que a Secretaria de Guerra, liderada por Pete Hegseth, e o presidente do Estado-Maior, Gen. Dan Caine, realizaram visitas não anunciadas a Porto Rico para inspecionar os preparativos militares dos EUA. Caças F-35 da Força Aérea também foram deslocados para mais perto da Venezuela como parte dessa mobilização.

Pressão contra os cartéis de drogas

Hegseth enfatizou em declarações públicas que a America deve estar ciente da presença de narco-terroristas e que as forças armadas do país têm a missão clara de proteger a população americana: “Não é uma questão de se, mas de quando.” O foco no tráfico de drogas como uma ameaça equivalente ao terrorismo é uma nova narrativa da administração Trump, que busca justificar um ataque militar em nome da segurança nacional.

A narrativa é fortalecida pela visão de que grupos como o Tren de Aragua, um cartel vinculado à Venezuela, estariam não apenas traficando drogas, mas também atuando como agentes de uma suposta corrupção estatal. Segundo Hegseth, a entrada de substâncias como o fentanil é vista como uma “invasão” que legitimaria uma resposta militar. Os comentários do secretário da Guerra sugerem que a administração consideraria bombardeios a aeroportos militares na Venezuela caso ocorra uma escalada de conflitos.

Comandos da Força Aérea praticam ocupação de um aeroporto caribenho

Críticas e contendores

No entanto, enquanto alguns em Washington apoiam a abordagem militar, outros críticos questionam a legitimidade do uso da força militar sem evidências claras de uma participação do governo venezuelano nos esquemas de tráfico de drogas. Um documento vazado do Departamento de Segurança Interna indica que o ICE, através de investigações, mostrou que membros do Tren de Aragua estavam, supostamente, operando nos EUA e organizando operações criminais em comunidades de imigrantes.

Todavia, esse documento não necessariamente corrobora uma conexão direta entre o governo de Maduro e o tráfico de fentanil, pois um relatório da Comunidade de Inteligência Nacional sugere que não há evidências suficientes para afirmar que o regime venezuelano está coordenando ativamente as operações do cartel. O bom senso se impõe: atacar militarmente a Venezuela realmente reduziria o fluxo de drogas para os EUA?

A situação complexa e volátil na América Latina exige uma análise cautelosa e um diálogo diplomático, mesmo diante da pressão para ações militares. As implicações de um possível conflito são vastas e poderiam desencadear consequências não intencionais e até desastrosas para a região e além.

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