Brasil, 10 de setembro de 2025
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Eleições em Buenos Aires marcam nova fase na política argentina

Após derrota de Milei, Kicillof lidera e provoca impacto nos mercados e no cenário político do país

Com a vitória de Axel Kicillof nas eleições legislativas de Buenos Aires, a Argentina vivencia uma mudança de panorama político que refletiu na avaliação dos mercados financeiros. O governador peronista, que derrotou o partido de Javier Milei por quase 14 pontos percentuais, reforçou sua posição e trouxe instabilidade para a economia do país, em meio a uma crise que se intensifica desde a saída de Milei do governo.

Impacto econômico e financeiro da vitória de Kicillof

Após o resultado, os títulos argentinos despencaram até 10% nas negociações de segunda-feira, e o peso oficial recuou 4%, segundo dados do JPMorgan. O risco-país argentino disparou para mais de 1.100 pontos-base, um aumento significativo em relação aos 906 pontos encontrados na sexta-feira anterior. Para analistas do JPMorgan, o cenário revela “uma escalada mais difícil para o governo” de Milei rumo às eleições de outubro.

Reação dos mercados e cenário de incerteza

O “risco Kicillof”, símbolo do risco soberano renovado, surge em um momento de fragilidade econômica e financeira da Argentina. A busca de Milei por aprovar reformas estruturais enfrenta obstáculos no Congresso, enquanto um escândalo de corrupção compromete a confiança na gestão do presidente interino, que foi eleito com discurso anticorrupção.

Diferenças entre Milei e Kicillof na política econômica

Enquanto Milei é visto como o queridinho de Wall Street, conhecido por sua obsessão em cortar déficits, desmontar regulações e domar a inflação, Kicillof possui um perfil mais intervencionista. Como ex-ministro da Economia, foi responsável pela expropriação da petroleira YPF em 2012, além de ter dado calote na dívida soberana, apertado controles cambiais e congelado preços.

Perspectivas da eleição e desafios futuros

O resultado habilita Kicillof a assumir uma postura mais firme dentro do movimento peronista, que passou a ter seu líder fragmentado nos últimos anos. A prisão domiciliar de Cristina Kirchner e sua proibição vitalícia de exercer cargos públicos aprofundam a ascensão do governador, que é visto por analistas como provável candidato à presidência.

Por outro lado, o governo de Milei permanece numa situação delicada. Ele enfrenta o desafio de recuperar acesso aos mercados internacionais para cobrir mais de US$ 4 bilhões em dívidas que vencem em janeiro de 2026. Segundo Juan Solá, chefe de estratégia do Banco Trust & Co., “sem uma reviravolta nas expectativas, será muito difícil garantir o pagamento da dívida”.

Contexto político e instabilidade local

Apesar de seus laços com Cristina Kirchner terem esfriado, Sergio Massa, ex-candidato presidencial e apoiador do peronismo, parabenizou Kicillof, sinalizando um fortalecimento da corrente kirchnerista. Analistas apontam que o cenário atual reforça a resistência do peronismo e aumenta a incerteza sobre as reformas econômicas desejadas pelo governo de Milei.

De acordo com Sandleris, ex-presidente do Banco Central, a vitória do kirchnerismo não significa uma recuperação automática do seu retorno ao poder, dado o tempo remanescente até 2027 e as inúmeras variáveis que poderão influenciar o sentimento dos investidores ao longo do caminho.

Mais detalhes sobre o impacto das eleições argentinas e o cenário econômico do país podem ser conferidos na matéria completa do Globo.

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