Brasil, 10 de setembro de 2025
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Problemas no transporte escolar em Campinas geram reclamações e inquérito

Após a transferência de 800 alunos devido a reformas, transporte escolar gera descontentamento entre pais e acende alerta do MP.

A situação do transporte escolar em Campinas (SP) após a transferência de 800 alunos da EMEF Padre Leão Vallerié repercute negativamente entre os pais e responsáveis. O novo trajeto, que ultrapassa os 50 km, não só apresenta desafios logísticos, mas também ocasiona desconforto físico e psicológico aos estudantes, resultando em reclamações sobre excesso de calor e atrasos nos horários de embarque. A prefeitura, que admitiu não ter disponibilizado ar-condicionado nos ônibus, recebe pressão do Ministério Público, que instaurou um inquérito civil público para investigar os impactos desta operações no ensino dos alunos.

Transporte insatisfatório e impactos na educação

Desde o dia 8 de setembro, os estudantes do 1º ao 9º ano precisam se deslocar para um novo prédio, localizado a 27 km de distância, o que resulta na perda de pelo menos duas aulas por dia. De acordo com a prefeitura, esse transporte possui um custo total de R$ 336 mil por mês, o que equivale a cerca de R$ 20,05 por dia para cada aluno. No entanto, de acordo com relatos, as condições do transporte têm sido insatisfatórias. Drielle Cristina do Nascimento, mãe de uma aluna de 8 anos, expressou preocupação ao relatar que sua filha sofreu com dor de cabeça devido ao calor excessivo no ônibus. As queixas sobre a falta de ar-condicionado são comuns, e a prefeitura confirmou que não há previsão para sua instalação.

Falta de estrutura e atrasos

Além do desconforto gerado pelas altas temperaturas, outra questão apontada pelos pais refere-se à falta de banheiros nos veículos, o que pode agravar ainda mais a situação das crianças durante o longo trajeto. Horários de embarque também têm sido problemáticos, com alguns ônibus saindo do Terminal Campo Grande após o horário previsto, levando à perda de mais aulas. A administração municipal justifica os atrasos como consequência de problemas no trânsito, mas isso não alivia a frustração de pais e alunos que dependem desse meio de transporte.

Inquérito civil e repercussão negativa

Com a crescente insatisfação e as reclamações dos responsáveis, o Ministério Público decidiu abrir um inquérito civil para investigar as reformas na escola e suas consequências. O promotor Rodrigo Augusto de Oliveira enfatizou a importância de resguardar a educação dos alunos e a necessidade de melhores condições de transporte. Durante a investigação, a Promotoria requisitou informações detalhadas sobre a situação, indagando se a prefeitura poderia ter evitado transferir os alunos durante o período letivo e quais são os efetivos planos para a conclusão das reformas.

Posições contrastantes

Após a pressão, o prefeito Dário Saadi anunciou que as aulas dos alunos serão repostas, porém ainda não há um plano claro sobre como isso será implementado. A Prefeitura de Campinas, em resposta às críticas, declarou que está prestando apoio à promoção de soluções para as questões levantadas pelo inquérito e que pretende manter um diálogo constante com as partes envolvidas.

O que dizem os especialistas

A situação educacional é vista como altamente preocupante por especialistas. A professora Cristiane Machado, da Unicamp, comentou que a perda de aulas, mesmo sendo temporária, pode ter um impacto educacional significativo, especialmente nos alunos da educação básica. “O tempo que os estudantes passam na escola é crucial para o processo educativo”, disse a professora, ressaltando que a reposição de aulas deve ser cuidadosamente organizada e comunicada claramente com os pais e responsáveis.

Um alerta para o futuro

A crise do transporte escolar em Campinas suscita questões mais amplas sobre a infraestrutura educacional e a necessidade de um planejamento cuidadoso em períodos de reforma. As autoridades escolares e municipais precisam considerar o impacto que essas mudanças têm na vida das famílias e na experiência de aprendizagem dos alunos. Afinal, um ambiente escolar seguro e confortável é fundamental para garantir o desenvolvimento pleno das crianças.

Se a situação persistir, mobilizações por parte dos pais e do MP podem aumentar, demandando respostas mais rápidas e efetivas por parte da administração pública. A educação é um direito, e a preocupação com a qualidade dela deve ser uma prioridade para todos os envolvidos no processo.

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