O empresário Marlon Couto Paula Júnior, acusado de matar o trabalhador Daniel Rodrigues da Silva em um atropelamento em dezembro de 2022, será julgado nesta quarta-feira (10) em Uberaba, Minas Gerais. O caso ganha maior repercussão, tendo em vista que Couto também é investigado pelo assassinato do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, ocorrido em maio deste ano em Cravinhos, São Paulo.
O atropelamento que chocou a cidade
O atropelamento de Daniel, de apenas 25 anos, ocorreu no dia 10 de dezembro de 2022, quando ele trabalhava na BR-050, uma rodovia que liga Uberlândia a Uberaba. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Marlon dirigia sua caminhonete de forma imprudente, ignorando a sinalização que delimitava a área de trabalho na pista, e atropelou Daniel, que não sobreviveu ao impacto.
A viúva de Daniel, Telma Pereira Gouveia, compartilha a dor da perda e espera que o julgamento traga uma resposta. “Ele cometeu um erro na imprudência, mas isso destruiu famílias. Não fui apenas eu e meu filho que perdemos, é uma mãe, um pai que dizem adeus a um filho,” afirmou Telma, transmitindo a angústia de um luto que ainda se faz presente em sua vida e na vida do filho do casal, que na época do acidente tinha apenas 4 anos.
Expectativas para o julgamento
A expectativa é grande, e Telma afirma que deseja que Marlon seja condenado e aprenda com o erro: “Eu espero justiça, para que ele pague pelo erro que cometeu.” Contudo, o advogado que representa a família de Daniel, Matheus Felipe de Sousa Carvalho, não acredita que Marlon comparecerá ao julgamento, uma vez que ele é considerado foragido no estado de São Paulo desde a acusação de matar Nelson Carreira.
O caso de Nelson Carreira
O empresário Nelson Francisco Carreira Filho, que desapareceu após uma reunião de negócios em Cravinhos, foi encontrado sem vida, e Marlon é o principal suspeito. As investigações apontam que o crime foi motivado por desavenças comerciais, e o corpo foi supostamente jogado no Rio Grande. O caso se agrava ainda mais com a denúncia de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, além de outras irregularidades, como fraude processual.
Com o desenrolar dos eventos, Marlon pagou uma fiança de R$ 50 mil pela imputação de homicídio culposo em relação ao caso de Daniel, mas as medidas cautelares, que incluíam a obrigação de comparecer ao Fórum de Ribeirão Preto (SP), não foram cumpridas por ele. Isso levanta questões sobre sua responsabilidade e a possível condenação.
Impacto social das tragédias
Os casos que envolvem Marlon Couto não são apenas tragédias pessoais, mas refletem uma problemática maior de segurança nas estradas e a responsabilidade dos motoristas. Famílias inteiras são impactadas por atos de imprudência e desrespeito às normas de trânsito. Telma, em sua dor, vê a necessidade de mudanças e justiça, mas também destaca a ausência de apoio emocional após a perda do marido, ressaltando o sofrimento do filho que agora cresce sem o pai.
“É muito difícil explicar para uma criança que o pai dele não vai voltar. Ele pergunta sempre, e eu tenho que procurar palavras para trazer algum tipo de conforto, mas é uma dor que não se apaga”, disse Telma, expressando a tristeza que se segue a esta tragédia.
Com o julgamento aproximando-se, a expectativa é de que a justiça possa fornecer alguma forma de fechamento para Telma e tantas outras famílias que vivem a dor de perdas irreparáveis. O caso é um lembrete da importância de se respeitar as leis e as vidas, evitando que histórias tristes se repitam nas estradas brasileiras.
A sociedade aguarda ansiosamente o desfecho deste julgamento, que não é só um teste para Marlon, mas também um reflexo da busca por justiça e responsabilidade em um contexto mais amplo.
Para mais detalhes e informações relacionadas a este caso e outros eventos de segurança, siga as atualizações no g1 Ribeirão e Franca.