Após a entrada em vigor, em 29 de agosto, da ordem de Donald Trump que eliminou a isenção de tarifas para remessas de valor até US$ 800, consumidores e empresas norte-americanas começaram a perceber o impacto dessas mudanças. A medida gera o pagamento de tarifas e taxas adicionais em compras realizadas por importação, aumentando o custo final de produtos antes isentos.
Como as tarifas estão mudando a rotina dos consumidores
Antes, remessas de pequeno valor e baixo custo, como presentes ou compras online, eram isentas de tarifas, graças à regra de de minimis. Agora, pedidos simples, como um casaco de US$ 100 ou uma acessório de café de US$ 42, passaram a gerar cobranças extras, como exemplificado por usuários no Reddit. Uma encomenda de US$ 42 da Taiwan, por exemplo, resultou em uma cobrança de US$ 29,25 somente de taxas de desembaraço feitas pela DHL.
Alguns consumidores já relataram que empresas passaram a incorporar os custos das tarifas no valor de compra final, tentando evitar surpresas na hora do pagamento. “Na época do Natal, percebi que os preços estavam mais altos, e descobri que parte do aumento vinha das taxas de importação”, comentou um usuário no Reddit.
Consequências internacionais e na cadeia de suprimentos
Devido ao aumento de custos, mais de 30 países, incluindo Austrália, Índia e Japão, suspenderam temporariamente o envio de encomendas para os EUA. Algumas empresas, como lojas no exterior, optaram por não enviar mais produtos para o mercado norte-americano, alegando as despesas adicionais e a insegurança na entrega.
O impacto para pequenas empresas americanas e estrangeiras
Empresários de pequeno porte nos Estados Unidos também sofrem. Uma artista publicou no Twitter a cobrança de uma taxa elevada pela alfândega ao receber duas amostras de bonés de uma manufactura chinesa. Muitas dessas pequenas companhias vêm enfrentando dificuldades financeiras desde o início do ano.
Empresas estrangeiras adortantes também sentem o peso das tarifas. Uma vendedora canadense na Etsy explicou no Reddit que, após elevar o preço de seus produtos para cobrir as tarifas, as vendas para clientes nos EUA despencaram. “Se isso continuar, meu negócio pode acabar, já que na Turma do Canadá não há clientes suficientes para sustentar tudo”, lamentou a empreendedora.
Dados oficiais e perspectivas futuras
Apesar das expectativas iniciais de que as tarifas estimulassem a volta de fábricas para os EUA, os números recentes mostram o contrário. Segundo o relatório mais recente do Bureau of Labor Statistics, o setor de manufatura perdeu 78 mil empregos neste ano, sendo 42 mil após o anúncio das tarifas em abril. Isso indica que a política até agora não cumpriu seu objetivo de revitalizar o indústria doméstica.
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