A recente decisão da Conmebol em relação ao tumulto envolvendo torcedores de Independiente e Universidad de Chile (La U) no jogo da Copa Sul-Americana gerou revolta e indignação entre os jogadores e a diretoria do clube argentino. Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (08), os atletas do Independiente expressaram seu descontentamento, considerando a decisão como uma injustiça.
Jogadores criticam eliminação
O volante Iván Marcone foi um dos que se manifestou a respeito da situação, afirmando que a equipe não teve a oportunidade de lutar pela classificação dentro de campo e apontando que os torcedores da La U que provocaram desde o início agora estão comemorando. “A injustiça é o sentimento que nos invade. Não tivemos a oportunidade de nos conseguirmos disputar a classificação dentro de campo”, disse Marcone.
Além disso, o atleta ressaltou que a decisão pela eliminação do Independiente representa um perigo para o futuro do futebol, criando um precedente preocupante. “É perigoso para o futebol. Essa decisão pode enviar uma mensagem errada e pode incentivar a violência no esporte”, completou.
Outro jogador que se manifestou foi Federico Mancuello, que, procurando alternativas mais justas à decisão da Conmebol, pediu o apoio de outras equipes argentinas. “Beneficiar apenas uma das partes transmite uma mensagem perigosa diante da gravidade da violência. Por isso, pedimos o apoio dos clubes e jogadores argentinos, pois este precedente pode ameaçar o futuro de uma competição justa”, afirmou o atleta.
Consequências para os clubes
Com a decisão da Conmebol, o Independiente foi eliminado da Sul-Americana e ainda terá que enfrentar penalidades severas. A equipe terá que jogar sete partidas em casa com os portões fechados e também ficará sem torcida em outras sete partidas como visitante. Além disso, foi multada em US$ 250 mil (cerca de R$ 1,36 milhão). No entanto, o clube não foi banido de futuras competições organizadas pela Conmebol.
Por outro lado, a Universidad de Chile, apesar de ter avançado às quartas de final, não escape das punições. O clube chileno também passará por um período rigoroso, enfrentando sete jogos em casa com portões fechados e mais sete sem torcida fora de seus domínios, além de uma multa de US$ 270 mil (R$ 1,47 milhão).
Relembre o caso
O confronto entre Independiente e Universidad de Chile, válido pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, foi marcado por um tumulto que exigiu a paralisação do jogo por questões de segurança. Durante o intervalo, membros das torcidas organizadas começaram a vandalizar e os torcedores do Independiente invadiram o setor destinado aos visitantes. Apesar de ter retornado para a segunda etapa, a partida teve nova interrupção, com torcedores chilenos já deixando o estádio antes que a situação se agravasse novamente.
A diretoria do Independiente atribuiu a responsabilidade pelo conflito aos torcedores da Universidad de Chile, alegando que a confusão foi iniciada pelos visitantes. Para apanhar a situação, o clube argentino decidiu aplicar banimento vitalício a 25 torcedores identificados nas arquibancadas.
Essa situação não só afetou as duas equipes, mas também levantou um debate importante sobre a segurança nos estádios e a necessidade de uma abordagem mais rigorosa contra a violência entre torcidas, visando preservar a integridade do esporte.
O episódio é um alerta para a Conmebol e todos os clubes envolvidos, mostrando a urgência de medidas eficazes para evitar que esse tipo de situação se repita no futebol sul-americano.
Com isso, a esperança de ver um futebol mais pacífico e competitivo se torna ainda mais necessária para a integridade de competições relevantes como a Copa Sul-Americana.