No século IV, Santo Agostinho definiu a natureza dos anjos, enfatizando que “anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza”. Essa visão continua a ressoar na doutrina da Igreja Católica, que apresenta os anjos como seres espirituais, mensageiros de Deus, e importantes na vida dos fiéis. Neste artigo, vamos explorar essa rica tradição de fé e as experiências pessoais que ilustram a presença dos anjos em nossas vidas.
A visão particular de um anjo
Luís Eugênio Sanábio e Souza, escritor e juiz de Fora (MG), compartilha que seu avô, Antônio Moreira de Souza (1896-1975), teve uma experiência marcante em sua infância ao ver um anjo. Esta vivência, inicialmente encarada como uma fantasia infantil, foi algo que seu avô nunca esqueceu. Ao refletir sobre a fé e o caráter de seu avô, Luís conclui que a visão do anjo está intimamente ligada à vivência cristã, pois os anjos são, segundo a fé, mensageiros de Deus.
Os anjos segundo a Igreja Católica
A Igreja ensina que a existência dos anjos é uma verdade de fé, corroborada tanto pela Sagrada Escritura quanto pela Tradição. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) reforça esta ideia, afirmando que “a existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé” (CIC nº 328). Ao discorrer sobre a natureza dos anjos, Santo Agostinho explica que, enquanto espíritos, eles cumprem um encargo divino. Assim, são considerados tanto entidades espirituais quanto executores das ordens de Deus.
A presença dos anjos em momentos significativos
Os anjos desempenham papéis cruciais em vários eventos bíblicos. Eles anunciam acontecimentos importantes, como o nascimento de Jesus, quando o anjo Gabriel comunica à Virgem Maria: “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho” (Lucas 1, 30-31). Este evento destaca como os anjos são fundamentais na revelação do plano divino de salvação ao longo da história da humanidade.
Os anjos guardiões
A crença nos anjos da guarda é uma parte essencial da espiritualidade católica. De acordo com o Catecismo, “cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida” (CIC nº 336). Diversas passagens bíblicas, como Mateus 18,10 e Atos dos Apóstolos 12,15, reforçam essa crença, assegurando aos fiéis a presença e proteção dos anjos em suas vidas.
A tradição da oração dos anjos
Um aspecto precioso da devoção aos anjos é a oração tradicional que muitos católicos recitam, como a oração do Santo Anjo, que invita à proteção e à orientação divina. Essa oração, que foi ensinada por Carmen, mãe de Luís, é uma expressão da confiança e entrega à proteção angélica: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, pois que a ti me confiou a Piedade divina, hoje e sempre me governa, rege, guarda e ilumina. Amém”.
Conclusão
A presença dos anjos na vida espiritual dos fiéis é uma realidade que transcende tempos e culturas, reafirmando-se na tradição católica como parte integrante da fé. Seja através de experiências pessoais como a do avô de Luís, das narrativas bíblicas ou das orações que perpetuam essa tradição, a mensagem dos anjos continua a ser um consolo e uma esperança para muitos. Encorajamos todos a refletirem sobre o papel dos anjos em suas próprias vidas e a buscarem essa proteção e orientação divina diariamente.
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