Brasil, 11 de setembro de 2025
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Aumento da violência em aeroportos e aviões no Brasil

Levantamento mostra que conflitos aumentaram 87% entre janeiro e julho de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Um levantamento exclusivo revela um crescimento alarmante na violência em aeroportos e aviões no Brasil. A 3ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, registrou entre janeiro e julho de 2025 um total de 23 boletins de ocorrência relacionados a ameaças, injúria racial e agressões verbais e físicas, envolvendo passageiros e funcionários de companhias aéreas. Comparando com o mesmo período de 2024, os dados mostram um aumento significativo de 87% nos conflitos, de acordo com informações da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Aumento dos conflitos e principais causas

De acordo com os dados coletados pela TV Globo, nos seis primeiros meses de 2025, ficaram registrados dez casos de injúria, quatro de injúria racial, quatro de lesão corporal, dois de ameaça e outras situações que refletem uma crescente tensão nos terminais aéreos. A delegada Fernanda Herbella, responsável pelo acompanhamento dos registros no Aeroporto de Guarulhos, enfatiza que muitos dos envolvidos em discussões não possuem antecedentes criminais. Segundo ela, “as pessoas acabam não sabendo gerenciar aquela crise no momento emocional e cometem crimes que não resolvem seus problemas, ampliando suas dificuldades com a Justiça”.

Casos exemplares de violência em Guarulhos

Diversos episódios ilustram a gravidade da situação nos aeroportos brasileiros. Um caso em destaque ocorreu no dia 7 de fevereiro, quando uma passageira, irritada, fez comentários racistas a agentes do aeroporto, chamando-os de “atrasados mentalmente” e ofendendo uma funcionária que tentou apaziguar a situação. Essa demanda de atendimento médico foi necessária após a vítima sofrer uma crise de ansiedade provocada pelas ofensas.

No dia 17 de fevereiro, uma passageira que perdeu sua conexão em um voo internacional soltou uma série de palavrões e xingamentos contra uma funcionária, resultando em um registro de injúria (artigo 140 do Código Penal). Outro incidente em 8 de maio envolveu um homem que, em desespero pelo extravio de uma bagagem, disparou injúrias raciais a uma funcionária, o que culminou em prisão em flagrante.

Reação das autoridades e medidas tomadas

As escaladas de agressões e ameaças têm gerado um intenso debate sobre a segurança aeroportuária. Raul de Souza, diretor de operações de segurança de voo da Abear, defende a implementação de regras mais rígidas, afirmando que passageiros indisciplinados precisam enfrentar consequências mais severas, como proibições de viagens futuras. Além disso, destaca que é fundamental que os passageiros entendam a gravidade de suas ações e suas repercussões legais.

A situação nacional de indisciplina em aviões e aeroportos

Os dados de Guarulhos não são um problema isolado. Um relatório nacional revela um aumento geral de passageiros indisciplinados, que passou de 761 casos em 2021 para 979 no ano de 2025 apenas até julho. Essas estatísticas apontam que a média de incidentes aumentou 22% em relação ao ano anterior, o que levanta preocupações sobre a segurança geral nos voos e aeroportos brasileiros.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está ciente da situação e destacou que está em fase de revisão as regulamentações relacionadas ao comportamento de passageiros indisciplinados. A Anac reforça que somente pessoas autorizadas podem acessar áreas restritas, como a cabine dos pilotos, e que qualquer tentativa de invasão é considerada crime. O comandante de voo tem autoridade para desembarcar passageiros que comprometam a segurança a bordo, reiterando a importância de manter um ambiente seguro nos voos.

Reflexão e perspectivas futuras

O aumento da violência em aeroportos e aviões no Brasil é um chamado para que as autoridades e a sociedade reflitam sobre o respeito e a civilidade nas interações diárias. A compreensão das consequências de comportamentos agressivos, especialmente em ambientes fechados e com alta tensão, é crucial. As medidas a serem tomadas devem focar tanto na punição dos infratores quanto na educação dos passageiros sobre a importância de a segurança e da colaboração nas viagens aéreas.

Assim, a luta contra a violência nos aeroportos do Brasil se torna não só uma questão de segurança, mas também de construção coletiva de civilidade, respeito e empatia entre os viajantes e os profissionais do setor aéreo.

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